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Médica do ES que sumiu em SP dormiu em sofá de hotel, diz irmão.

"Estamos com esperança. Ela está se locomovendo e está viva", disse Pedro.

Em 27/05/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

A família da médica capixaba Eliza Cremasco, de 66 anos, que está desaparecida em São Paulo desde quarta-feira (25), disse que ela foi vista por algumas pessoas em vários bairros da capital, como na região da avenida Paulista, no Ipiranga e em Tucuruvi. O irmão da médica, o dentista Pedro Cremasco, contou que ficou sabendo que Eliza conseguiu dormir em um sofá de um hotel na noite de quarta-feira.

“Estamos com esperança de encontrá-la na região ainda hoje”, disse à reportagem na manhã desta sexta-feira (27).

A mulher, médica oftalmologista, havia acabado de chegar de uma viagem internacional, por volta de 5 horas, e deveria ter entrado em um voo para Vitória às 8h45, o que não aconteceu.

Na chegada a São Paulo, ela teria se perdido de uma amiga que viajou em sua companhia.  A família acredita que a médica esteja desorientada. Ela já manifestou antes problemas de memória.

Buscas
A delegada plantonista no Aeroporto de Guarulhos, Greice Gandolphi, onde a oftalmologista foi vista pela última vez disse que recebeu ligações de populares de que Eliza foi vista no Metrô Dom Pedro, no Centro de São Paulo.

Familiares da médica também souberam que ela usou transporte coletivo, já que tem passe livre, e chegou a conversar com algumas pessoas, a que teria dito que estava procurando a casa de um sobrinho.

De acordo com João Cremasco, irmão da médica, a família recebeu informações de que ela teria entrado em um táxi, na saída do aeroporto, em direção à avenida Paulista. O taxista já foi localizado e informou que a mulher tentou se hospedar em pelo menos três hotéis.

Como está sem a bolsa com os cartões de crédito e de débito, Eliza não conseguiu fazer o check in nesses hotéis. Ela, porém, teria conseguido pernoitar no sofá.

“A novidade é que um rapaz, na Ipiranga, disse que ela conseguiu dormir em um sofá de um hotel de quarta para quinta-feira. Nesta quinta, a viram circulando nos arredores da Paulista. A gente vai concentrar esforços nesta região. Vamos distribuir cartazes com fotos. O que sabemos é que ela está se locomovendo e está viva, vamos dizer assim. Estamos com esperanças”, relatou Pedro, irmão da médica.

O irmão e outros familiares estão mobilizados nas buscas. “As informações não são concretas, mas pelo menos onde ela dormiu é certo, uma camareira também conversou com ela. A última imagem que temos é dela entrando em um táxi. A polícia já identificou o motorista. O taxista relatou à polícia que ela tentou de se hospedar em um hotel, mas como estava sem dinheiro, eles não aceitaram. Disseram que ela circulou de 11h até as 23h”, detalhou Pedro.

Desaparecimento
Imagens de câmeras de segurança do Aeroporto Internacional de Guarulhos mostram a médica caminhando pelo terminal depois de desembarcar nesta quarta-feira.

Uma das imagens de dentro do aeroporto mostra Eliza passando com uma mochila amarela nas costas, uma bolsa pequena à tiracolo e puxando duas malas de viagem.

Eliza Cremasco é oftalmologista em Vitória, não é casada e não tem filhos. Dois irmãos dela, João e Pedro, saíram de Vitória e foram para São Paulo para ajudar nas buscas.

O sobrinho da médica, João Aender Cremasco, de 40 anos, que é juiz em São Paulo, está pedindo ajuda da imprensa para localizar a tia.

A Polícia Civil de São Paulo foi procurada pelo G1 e informou que o caso está sendo investigado no 3º Departamento de Polícia (DP) do aeroporto de Guarulhos. Segundo a polícia, o sobrinho da médica foi até a área de desembarque e encontrou as bagagens da tia.

João Cremasco, sobrinho da médica, contou que a polícia vistoriou o Aeroporto de Guarulhos com a ajuda de funcionários locais.

"Já visualizamos as filmagens do aeroporto, localizamos imagens dela desembarcando, pegando as malas, saindo do terminal internacional e entrando no doméstico, na maior normalidade. Nas imagens, pudemos ver que ela não foi abordada por ninguém. Checamos cada milímetro do aeroporto. Ninguém a viu, nem funcionários da limpeza. O nome dela foi anunciado diversas vezes ao longo do dia, sem resposta. Temos certeza de que ela não está lá. É um desaparecimento inexplicável", comentou João Cremasco.

A médica chegou de uma viagem de Roma, na Itália, na madrugada desta quarta-feira (25). Ela havia ido, na companhia de uma amiga, visitar uma irmã que mora na capital italiana. Passou cerca de duas semanas no país e retornou chegando pelo Aeroporto de Guarulhos.

"Ela e a amiga se desencontraram no desembarque. Depois, quando entrou no avião e viu que a minha tia não estava lá, acionou logo a nossa família", conta João Cremasco.

Assim que souberam do desaparecimento de Eliza Cremasco, familiares dela começaram a procurá-la no aeroporto e na cidade de São Paulo. Também fizeram boletim de ocorrência, e a polícia civil entrou no caso.

Os parentes da oftalmologista também já percorreram hospitais e hotéis da capital paulista e continuam as buscas nesta quinta-feira (26), quando já se completaram 24 horas do sumiço da médica.

Problemas de memória
De acordo com João, Eliza Cremasco já havia manifestado alguns lapsos de memória, daí a preocupação da família de que ela esteja perdida na cidade. "Ela já apresentou uns lapsos de memória, mas nada que prejudicasse a autonomia dela. Viajava sozinha sempre, sem problemas", conta João.

A irmã da médica, a engenheira Maria Helena Cremasco, 62 anos, que mora em Nova Venécia, disse que a família tem esperanças de que Eliza Cremasco faça contato. "Estamos monitorando o cartão de crédito dela, que ainda não foi usado", disse. Na família, eles são em 11 irmãos.

Segundo Maria Helena, a irmã começou a apresentar problemas de memória há pelo menos um ano. "Mas como médica ela estava consciente do problema. Buscou tratamento, estava sendo medicada. Ela morava sozinha, mas sempre alguém da família estava por perto", comentou ela.

Eliza Cremasco mora na Praia do Canto e ainda atua como oftalmologista em um consultório na Praia do Suá, em Vitória. "Nos últimos meses, ela já estava reduzindo o ritmo de trabalho, atendendo apenas pacientes mais antigos", afirmou a irmã da médica.

Fonte:G1