Médico capixaba desaparecido em SP vira inspiração para livro.

O evento aconteceu na Assembleia Legislativa de São Paulo. Na ocasião, ele deu entrevista para a TV Assembleia sobre câncer de mama. Na sexta-feira (28), Roberto ligou para a mulher e disse que a passagem de volta para Vitória estava comprada para sábado à noite, mas que ele anteciparia para sábado de manhã. Desde então, ele nunca mais manteve contato.

O otorrino foi aluno de Gomes na época da faculdade e, ao saber do desaparecimento, decidiu mergulhar no universo que envolve o sumiço das pessoas. “Aquilo não saía da minha cabeça. Eu ficava pensando como é que uma pessoa pode desaparecer assim”, disse Mendonça.

O autor ainda destacou que as 282 páginas foram escritas em três meses e relidas por 13 vezes. Para a narrativa, o autor se baseou nas notícias sobre o desaparecimento veiculadas na imprensa. Ele também fez pesquisas sobre pessoas desaparecidas.

De acordo com Mendonça, o início da narrativa traz as mesmas características do desaparecimento do oncologista. O nome do personagem, entretanto, é Arnaldo. A sequência do livro é fruto da imaginação e de pesquisas feitas por Mendonça.

“A história começa com um médico que foi participar de um lançamento de um livro e aí desaparece. Até aí a história é igual. Mas eu não tenho a mínima ideia do que aconteceu com ele. Criei uma coisa nova. A partir da minha experiência de vida eu criei uma história de ficção. O escritor cria novos mistérios e consegue desvendá-los”, explicou.

Segundo Mendonça, a intenção não é criar um hipótese do que pode ter acontecido com Gomes, mas expor as diversas possibilidades que envolvem uma história de desaparecimento.

“Não é uma tentativa de desvendar o mistério, mas sim de criar um mistério para que as pessoas tenham ideia das mil coisas que podem acontecer com alguém que some”, disse.

Família
Mendonça contou que o primeiro exemplar da obra foi enviado às esposa do médico desaparecido, Nildete Gomes. No processo final do livro, ele entrou em contato com ela para comunicá-la sobre a publicação.

“Expliquei que tinha escrito um livro baseado no desaparecimento do doutor Roberto, ela me contou algumas coisas a mais, e eu perguntei se ela gostaria de ler. Fiz questão de que o primeiro exemplar fosse para ela”, contou.

Fonte: G1-ES