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Médicos Peritos do INSS voltam ao trabalho no ES.

Categoria disse que mesmo com o retorno, segue em "estado de greve".

Em 25/01/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Os 53 médicos peritos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) do Espírito Santo que ficaram com os braços cruzados durante 140 dias voltaram ao trabalho, nesta segunda-feira (25). A categoria informou ao G1 que, mesmo com o retorno das atividades, segue em 'estado de greve'.

A entidade disse que será retomado apenas o atendimento àqueles que ainda não se submeteram à perícia médica inicial. A greve começou no dia 4 de setembro de 2015 e gerou cerca de 50 mil remarcações de perícias médicas no Espírito Santo.

De acordo com Juliano Pina, delegado da Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP), gerência Vitória, disse que embora o agendamento das perícias não seja feito por eles, e sim pelo setor administrativo, há uma conversa com a gestão das unidades do INSS para que sejam priorizadas as perícias para quem ainda não está recebendo auxílio-doença.

Pina disse que o retorno das atividades foi tranquilo e não teve tumulto ou problemas nas agências do estado. O delegado disse que dos 76 peritos, 53 estavam em greve e retomaram os trabalhos.

“Estamos com os pés no chão, mas a nossa greve não terminou. Voltamos porque o impacto para a população foi grande e porque o INSS estava considerando a nossa greve ilegítima. Estávamos correndo risco de processos administrativos”, disse Pina.

O delegado disse que o Governo Federal não recebeu a categoria para negociações, em dezembro, e espera uma nova negociação em fevereiro deste ano. 

“Além do reajuste salarial, queremos a efetivação de 30 horas semanais e encorporação da gratificação no nosso salário”, disse Pina.

Atendimento
A Central de Atendimento 135 está à disposição para informar os segurados e realizar os agendamentos e/ou reagendamentos necessários.

Espera
O G1 esteve na agência do  INSS de Vitória e constatou que o movimento era tranquilo. 

As pessoas que procuravam o atendimento passavam por uma triagem. 

O pedreiro Gildázio Cornélio, de 63 anos, esperava o atendimento desde novembro.

“Estou com um distúrbio neurológico que afetou os meus olhos e agora os movimentos da minhas pernas. Graças a Deus, hoje consegui fazer a perícia e retorno daqui há 30 dias. Já estava esperando há muito tempo”, disse Cornélio, que mora em Viana, na Grande Vitória.

O retorno das atividades dos peritos também foi comemorado pela costureira Marizete Carvalho, de 55 anos. Ela reclama de dores nas costas e já tem dificuldades para andar.

"Trabalho em um empresa e estou com muitos problemas. A greve atrapalhou muito porque eu não tenho como ficar esperando, tomo remédio direto. Todas as vezes que eu venho no INSS meu pedido é negado. O médico me deu afastamento, mas por causa da greve dos peritos não consigo dar continuidade ao meu processo e fazer a nova perícia. Parece que é um sofrimento que não vai ter fim", disse Marizete.

A cuidadora Dalíria Bankert, de Vila Velha, está fazendo tratamento por causa de um câncer e precisa de um auxílio-doença para ajudar no tratamento.

“Não via a hora do retorno. Tenho muitos gastos com radio e quimioterapia. Sem poder trabalhar fica difícil. A greve veio em uma péssima hora para mim. Hoje já consegui o atendimento e acredito que vou resolver minha situação”, disse Dalíria.

Fonte: G1