ESPORTE INTERNACIONAL

Medina atropela Durbidge na França e volta a vencer etapa após 14 meses.

Atual campeão mundial não dá chances para australiano e encerra jejum com bela vitória em Hossegor.

Em 15/10/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Com uma atuação de altíssimo nível no último dia, Gabriel Medina encerrou em grande estilo um jejum de 14 meses sem conquistar etapas do Circuito Mundial. Sobrando no mar de Hossegor, na França, o atual campeão mundial atropelou nesta quinta-feira o australiano Bede Durbidge por 17,50 a 9,44 e saiu vitorioso de uma disputa válida pela elite do surfe pela primeira vez desde agosto do ano passado, quando levantou o caneco, em Teahupoo, no Taiti. A conquista no pico francês, em que ele surgiu para o mundo do surfe em 2009, com duas notas dez na final de uma prestigiosa competição sub-16, e obteve seu primeiro caneco no WCT, em 2011, rendeu ao jovem astro US$ 100 mil (R$ 380 mil) de premiação e 10.000 pontos no ranking mundial. Assim, ele subiu de sétimo para quinto lugar e, com 40.650 pontos, ainda tem chance de buscar o bicampeonato mundial nas duas disputas restantes: em Peniche, em Portugal, entre a próxima terça-feira e o dia 31 deste mês, e Pipeline, no Havaí, de 8 a 20 de dezembro.

Como soma agora 40.650 pontos, Medina precisará vencer as duas etapas que faltam e torcer por grandes tropeços do líder, Mick Fanning (49.900 pontos) e do vice, Adriano de Souza, (49.450), isso sem contar o fato de que só vão valer os nove melhores dos 11 resultados na temporada. Na semifinal, Gabriel acabou tirando a chance de Mineirinho assumir a ponta, quando ele venceu o compatriota com direito a uma nota 10. Se não fosse um começo de 2015 ruim, no qual chegou a ficar em 21º lugar do ranking, Gabriel estaria em situação muito mais confortável.

- Estou me sentindo muito bem. Eu treinei muito neste ano, e como eu disse para o meu pai, eu estava com saudade de vencer um evento. Eu estou amarradão. Me sinto muito bem na França, onde a onda é bem parecida com a da minha casa (Maresias). Eu também gosto de croissant e baguete. Há alguns meses, eu perdi meu avô e quero dedicar essa vitória a ele - comentou Gabriel, que ficou bastante emocionado ao lembrar do avô Jaime Pinto, que faleceu em junho.

O sexto título de Medina em etapas da elite também serviu para ele se isolar como o brasileiro mais vencedor no Circuito Mundial – Adriano de Souza soma cinco troféus. 

A bateria

Medina demonstrou desde o início que não deixaria escapar o título em Hossegor. No primeiro minuto, ele surfou uma direita com categoria, ao mandar uma batida, boas rasgadas e até arriscar um aéreo, que não foi finalizado. Mesmo assim, os juízes gostaram da mistura de radicalidade, fluidez e velocidade e lhe dera nota 8,00. Não passaram nem cinco minutos da final e o campeão já se jogava em mais uma direita. Gabriel atacou os pontos críticos da onda, fez bonitos arcos e jogou água para o alto, mas recebeu 6,50. Faltando 24 minutos de bateria, ele já somava 14,50 pontos contra nenhum de Durbidge, que estava plantado na arrebentação à espera de boas ondas.

Solto no mar, Medina se deu ao luxo de poder arriscar. Como se viu em uma direita que ele transformou em pista de decolagem, voou alto em um aéreo, porém não conseguiu aterrissar e recebeu nota 3,10. Bede demorou para acordar. A primeira onda do veterano de 32 anos foi uma direita bem surfada, mas que rendeu só 3,90.

Pouco depois do gringo sair do zero, Gabriel resolveu deixar claro quem mandava na final. Ele espancou uma direita, com três manobras fortes, e tirou nota 9,00 fazendo a sua melhor média na bateria e naumentando seu somatório para 17,00, contra 8,57 de Bede, que somara 4,67 na sua última onda.

Durbidge ainda pegou mais uma onda intermediária e tirou 4,77. O australiano acabou somando o total de 9,44 pontos. Mas Gabriel não estava satisfeito e ainda mandou um aéreo ao seu melhor estilo para tirar nota 8,50 e vencer por 17,50 a 9,44. Medina está de volta ao topo do pódio no pico em que ele venceu a sua primeira etapa da elite, em 2011, e não para de obter glórias.

Baterias de quartas de final

1. Julian Wilson (AUS) 17,00 x Italo Ferreira (BRA) 9,00
2. Mick Fanning (AUS) 12,57 x Bede Durbidge (AUS) 14,10
3. Adriano de Souza (BRA) 15,37 x Owen Wright (AUS) 13,83
4. Gabriel Medina (BRA)14,43 x John John Florence (HAV) 13,10

Baterias de semifinal

1. Julian Wilson (AUS) 10,84 x Bede Durbidge (AUS) 11,73
2. Adriano de Souza (BRA) 12,50 x 15,67 Gabriel Medina (BRA) 

Final

1. Bede Durbidge (AUS) 9,44 x Gabriel Medina (BRA) 17,50

Fonte: GE