NEGÓCIOS

Mercado capixaba adota tendência sustentável aos negócios

Consumidores estão atentos a todo histórico da fabricação dos produtos.

Em 28/11/2018 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Divulgação

Não é de hoje que percebemos um novo perfil do público ao escolher um produto ou serviço. Estão todos mais atentos e preocupados com a história por trás do que é oferecido, levando em conta os conceitos sustentáveis do negócio, como testes em animais e reaproveitamento de materiais. Uma pesquisa da Opinion Box, em 2017, com internautas no Brasil, revela que 91% dos consumidores se importam com a sustentabilidade de quem está fornecendo o produto.

Este conceito que já é valorizado nacionalmente, mas parece ter chegado, recentemente, com mais intensidade no Espírito Santo, onde muitas empresas estão de olho neste novo comportamento e adaptam produtos e serviços para atender esta característica. Dentro deste universo consciente do consumo, o veganismo, por exemplo, é uma prática que tem ganhado cada vez mais adeptos. Pela definição, este tipo de produto não usa nenhum ingrediente ou derivado de animal. Normalmente, eles têm motivações ideológicas e ambientais. E para atender este público as marcas estão mais atentas com produtos que possuem este olhar da sociedade.

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No setor da beleza, esta preocupação está presente na produção de cosméticos. De acordo com a farmacêutica Luiza Scardua, da Globo Fórmula, geralmente os produtos veganos são biocompatíveis com a pele, sendo mais fáceis de serem absorvidos e, consequentemente, dando resultado mais rápidos. “Para que seja considerado vegano, eles não podem conter ingredientes de origem animal – como mel, leite, cera de abelha, lanolina ou colágeno. Por isso, também, é uma boa indicação para aquelas pessoas com peles muito sensíveis e propensas a alergias, já que eles possuem menos ingredientes em suas composições”, recomenda.

Há alguns anos, os veganos não tinham quase nenhuma opção de produtos para consumirem, mas de uns tempos para cá o leque está cada vez maior e estes consumidores têm movimentando um mercado que cresce 40% ao ano. Para ter uma ideia, basta uma pesquisa rápida na internet: em alguns cliques aparecem várias opções de comércios e empresas com produtos disponíveis, que atendem esta característica.

Outros segmentos

Desde que pensou na construção da sua loja – que reúne moda, arte e design em um único ambiente –, Arly Coelho tem adotado a ideia de trabalhar com o conceito sustentável no posicionamento da Simultâneo, em especial com a mobilidade das marcas no ambiente. E para esta temporada, o empresário aposta mais uma vez nesta tendência com a chegada das criações da coleção Linha, da estilista capixaba Júlia Patêz, apresentadas por ele com exclusividade no estado.

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A Linha utiliza tecidos de fibras naturais, de fábricas brasileiras, que são feitos com restos de descarte da própria indústria da marca e tecidos de fábricas que reciclam CO², água do tingimento e que se preocupam com o meio ambiente tanto quanto a empresa da estilista capixaba. “Pouco a pouco as peças vão ficando prontas de um jeito bem orgânico e natural e respeitando o tempo da pequena cadeia que nos atende. Tentamos abraçar o máximo de coisas que conseguimos para que o nosso produto cause um impacto mais positivo do que negativo no mundo”, destaca Julia Patêz.

Para o empresário Arly Coelho, trabalhar com este conceito faz todo o sentido com o posicionamento de sua loja. “Adotamos esta ideia da mobilidade das marcas no espaço, justamente pensando na sustentabilidade, no conforto e na durabilidade dos produtos. São critérios sempre utilizados na escolha dos itens que serão apresentados aos clientes. Por isso, acho importante nesta temporada mostrar uma marca essencialmente sustentável, que respeita o ambiente em que vivemos desde o início da concepção das peças até o fim do seu ciclo de existência”, afirma.

No ramo de acessórios, as empresárias Raquel e Vanuza Melo também perceberam essa tendência e passaram a comercializar sapatos veganos e modelos sustentáveis na multimarcas Bargain, com unidades na Praia do Canto, Jardim da Penha e Praia da Costa. Elas incluíram no mix de produtos os calçados da marca Ipadma, originários de uma pequena indústria em Três Coroas, no Rio Grande do Sul. Com design moderno e confortável, os modelos da linha VEG são elaborados com tecidos sustentáveis e microfibra em poliuretano (PU), que é absorvente e anti-bacteriano. O solado é feito de mix de borracha reciclada e a colagem à base de água, que preserva a camada de ozônio, ou seja, existe um baixo impacto ambiental, da criação a produção.

Construção civil

A onda verde também é tendência na construção civil e um projeto para ser considerado sustentável deve ter soluções conscientes desde a concepção, até a execução, ampliação, materiais, reforma e até mesmo na demolição. A construção verde além de amenizar os impactos à natureza, reduz os resíduos e utiliza com eficiência os materiais e bens naturais, como água e energia, gera menos manutenção e valoriza o imóvel. E é perfeitamente possível aliar sustentabilidade, estética, funcionalidade e design.

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De acordo com o engenheiro civil Renato Foreque, da Guide Engenharia, algumas soluções verdes para uma construção ser sustentável incluem captação e reaproveitamento de água de chuva e dos chuveiros, torneiras com arejador que podem economizar até 20% em relação às normais, descargas com fluxo duplo e painéis solares. Alguns materiais que podem ser usados são madeira plástica, revestimento de bambu, tinta mineral natural, bloco de adobe. tijolo prensado e energia solar fotovoltaico.

Valorização da marca

Numa pesquisa realizada pela Opinion Box para entender a preocupação dos consumidores em geral com a sustentabilidade, foram apontados os principais motivos que impediriam a efetivação de uma compra ou contratação de uma empresa. Apontado por 66% dos entrevistados, a maior preocupação deles é se a empresa está envolvida em casos de trabalho escravo. Marca conhecida por poluir o meio ambiente (65%) e envolvida em escândalos de corrupção (63%) estão em segundo e terceiro lugar, respectivamente.

Dentro deste assunto, o especialista em Marketing, Marcelo Braga, destaca que é importante também para a sustentabilidade do negócio não tentar se beneficiar deste conceito sem oferecer os produtos e serviços com essas características. “Não dá para surfar nesta onda, se a empresa não tiver atitudes que refletem a preocupação dela com o planeta e o meio ambiente. Ás vezes, o transtorno causado pela repercussão negativa da criação de um comportamento que não condiz com a prática pode ser pior do que a entrega de um serviço ou produto que não atende essas condições”, orienta.