NEGÓCIOS

Mercado de energia teme calote em liquidação de contratos que envolve R$3 bi.

As empresas vinham sofrendo perdas decorrentes do déficit de geração no país há dois anos.

Em 04/08/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

SÃO PAULO - A liquidação financeira dos contratos de energia referentes a junho, que envolve cerca de 3 bilhões de reais, tem causado apreensão no mercado, que espera um calote expressivo devido à vigência de liminares que protegem diversas usinas de débitos na operação, disseram integrantes do setor nesta terça-feira (4).

As empresas vinham sofrendo perdas decorrentes do déficit de geração no país há dois anos, mas foram à Justiça em massa desde o último mês para cobrar do governo federal uma solução estrutural para o problema, registrado devido à seca e ao uso em carga máxima de todas termelétricas do país.

Nas liquidações financeiras, realizadas pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), empresas que têm sobras de energia em relação aos contratos ficam com valores a receber, enquanto aquelas que estão em déficit precisam fazer pagamentos.

A liquidação de junho da CCEE, que acontece nesta quarta e quinta-feira, no entanto, terá impacto de várias liminares que protegem hidrelétricas de débitos, o que deve empurrar a conta para outros agentes do mercado ou deixar valores a receber pelos credores, que ficariam para as próximas liquidações.

"Está todo mundo muito preocupado e aguardando por uma solução... os preços, em função de uma possível inadimplência, estão rodando em (ágio) negativo", disse o gerente comercial da Iguaçu Energia, Paulo Surur.

A liquidação financeira de junho envolverá cerca de 3 bilhões de reais, um valor próximo do registrado em meses anteriores, disseram à Reuters duas fontes do segmento de comercialização, na condição de anomimato.

Já o presidente da comercializadora Compass, Paulo Mayon, da Compass, estimou que as hidrelétricas devem responder por cerca de 2,2 bilhões desse montante total a ser liquidado na CCEE.

Ele ainda se arriscou a fazer um cálculo sobre o tamanho do calote.  

Da Reuters