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Ministério Público fiscaliza doações recebidas pela Prefeitura de Mariana.

Inquérito foi aberto para apurar origem e destinação dos recursos.

Em 14/01/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O promotor de Justiça Guilherme de Sá Meneghin informou que abriu, nesta quinta-feira (13), um inquérito para fiscalizar a origem e a destinação de doações em dinheiro recebidas pela Prefeitura de Mariana, na Região Central de Minas Gerais. Foi arrecadado R$ 1.025.441,41 e o valor vai ser dividido entre as famílias afetadas pelo rompimento da barragem de Fundão, segundo o governo municipal.

“Abri inquérito pra fiscalizar. Não pra investigar desvio de dinheiro. Se durante o inquérito surgir algum indício, haverá uma investigação da suspeita”, disse o promotor, da 2ª Promotoria da Comarca de Mariana. Ele afirma que foi procurado por ao menos 15 moradores, que alegaram falta de transparência na utilização do dinheiro.

Nesta semana, a prefeitura de Mariana informou que o montante vai ser distribuído igualmente entre os chefes de famílias das comunidades atingidas, conforme o que foi decidido em reunião de um conselho criado para gerir as doações. A ideia inicial era que o valor fosse dividido entre as crianças vítimas da tragédia e que elas teriam acesso ao dinheiro ao atingir a maioridade, mas os moradores não concordaram com a sugestão, segundo a prefeitura.

O promotor disse que não participou das reuniões. Segundo ele, a prefeitura vai ser notificada nesta sexta-feira (14) e terá cinco dias para apresentar documentos e informações ao Ministério Público, como o extrato da conta e a origem das doações. Ainda segundo Meneghin, ele pediu esclarecimentos à arquidiocese sobre uma conta aberta para receber doações em Mariana.

O G1 entrou em contato com a Prefeitura de Mariana e aguarda retorno. Nesta manhã, o prefeito de Mariana, Duarte Júnior participava de uma reunião no Ministério Público, em Belo Horizote, e, segundo a assessoria dele, falaria com a imprensa em seguida.

A barragem de Fundão, da Samarco, cujas donas são a Vale e a anglo-australiana BHP Billiton, se rompeu no dia 5 de novembro, despejando um mar de lama que atingiu o mar, pelo litoral do Espírito Santo. A mancha já deve ter chegado até a Bahia, segundo o Ibama, e testes estão feitos para confirmar a procedência da lama.

Dezessete corpos já foram identificados, entre elas, estão 12 trabalhadores, quatro moradores de Bento Rodrigues – a localidade mais atingida pelo “mar de lama” – e uma visitante do subdistrito da cidade histórica. Duas pessoas ainda são procuradas.

Fonte: G1