ESPORTE NACIONAL

Misto do Fla é inofensivo e não mostra reação em noite infeliz na Arena

Conjunto e reforços Vitinho e Uribe ficam devendo.

Em 05/08/2018 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

MARCELO OLIVEIRA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

O Flamengo fez quatro alterações no time de uma competição para a outra. Era um risco, mas não parecia tanto quando se olhava o Grêmio com 11 jogadores diferentes do primeiro confronto das quartas da Copa do Brasil.

Com atuação fraca e pouquíssimas ameaças ao gol do ex-rubro-negro Paulo Victor, o time de Mauricio Barbieri perdeu por 2 a 0 - gols de Jael e Marinho - para a equipe de Renato Gaúcho e pôs a liderança em risco, na noite desse sábado, em Porto Alegre. O São Paulo enfrenta o Vasco no Morumbi, às 16h deste domingo, e se vencer passa o Rubro-Negro.

O início do Flamengo foi interessante na partida. Tocava bem a bola e chegou a ter 70% de posse de bola no primeiro tempo na Arena do Grêmio. Após exames de fadiga, a comissão decidiu por mexidas. Réver e Léo Duarte descansaram. Entraram Juan e Matheus Thuler. Diego também ficou fora. Todos tinham risco de lesão, segundo exames realizados pelo clube. Na vaga do camisa 10 entrou Jean Lucas. E Marlos foi substituído por Vitinho por opção técnica.

O Flamengo trocou passes e chegou a ficar dois minutos colocando o Grêmio na roda numa mesma jogada. Mas não ameaçou sequer uma vez. Foram apenas três finalizações na primeira etapa - duas delas em cobrança de falta na barreira.

A única que foi no gol foi meio esquisita, em chute de perna direita de Paquetá. Faltaram infiltrações, tabelas e também movimentação coordenada. Procurar espaços contra um time mais fechado, que não tinha os talentos de Luan e Everton na frente. Ao todo, na primeira etapa, o Flamengo trocou mais que o dobro de passes que o Grêmio - 327 x 159.

Vitinho pouco produziu. Uribe, mal de novo

Com formação diferente do meio para frente, Vitinho e Éverton Ribeiro não iam a linha de fundo. Os dois saíam mais para o meio de campo, com liberdade maior. O que poderia representar variação de jogadas, em dia pouco inspirado do Flamengo virou deserto de ideias.

Vitinho, titular pela primeira vez, até tentou algumas arrancadas, sendo parado com faltas em mais de uma oportunidade. Mas pouco produziu - cobrou duas faltas frontais na barreira - e saiu de campo aos 21 minutos do segundo tempo para entrada de Marlos. Barbieri ponderou que o tempo fora do futebol brasileiro vai cobrar readaptação ao camisa 14.

- Vitinho entrou bem no último jogo, sem muito destaque. Entendemos que (colocá-lo) era para dar volume ao Vitinho. Não foi o jogador que a gente sabe que pode ser, ele sabe disso. Mas é normal, natural. Vai levar tempo para se adaptar - comentou o treinador.

No ataque, novamente titular, Fernando Uribe foi o jogador do Flamengo que menos tocou na bola na primeira etapa (13 contra 22 de Diego Alves) e menos deu passes (nove contra 20 do goleiro, que sempre participa da saída de bola). No fim, acertou o travessão em tentativa da pequena área.

Diego Alves presente em noite infeliz da defesa

Quando Cortez cruzou e a bola bateu no braço de Rodinei dentro da área o Flamengo não era ainda tão ameaçado pelo Grêmio, que era, no entanto, mais vertical e mais objetivo. Diego Alves fez sua terceira defesa em sete cobranças contra de pênalti. Mas pouco depois não conseguiu pegar a cabeçada de Jael, em antecipação a Thuler.

O gol gremista no fim do primeiro tempo era ruim para as pretensões rubro-negras, mas tudo ficaria pior quando Jael acertou passe para Marinho ampliar com menos de cinco minutos de segundo tempo. O lance começou em jogada despretensiosa. Diego Alves, como não costuma fazer, rifou a bola, que sobrou para disputa pelo alto que Juan perdeu. Thuler não alcançou o toque de Jael e Renê não conseguiu bloquear o toque de Marinho.

A dupla de zaga vinha de longa inatividade. Juan não atuava desde 17 de maio contra o Emelec. Thuler pouco treinou esta semana, com dores no tornozelo. A última partida havia sido contra o Palmeiras, antes da parada da Copa do Mundo.

Sem reação

Barbieri fez três mexidas na segunda etapa. Vitinho, Jean Lucas e Éverton Ribeiro saíram para as entradas de Marlos, Geuvânio e Lincoln, respectivamente. O time rubro-negro repetiu a primeira etapa. Ficou com a bola, girou, mas não ameaçou. O Grêmio se fechou bem e os chutes - um de Ribeiro, outro de Lincoln - não levaram perigo algum aos donos da casa até a parte final do jogo. Os gremistas ainda tiveram dois contra-ataques e duas chances claras de gol.

Queda de rendimento em times que competem alto nível é algo para se relevar, mas o time rubroo-negro desse sábado em Porto Alegre não conseguiu ser contundente, vertical, objetivo em momento algum da partida. As explicações podem estar nas mudanças no posicionamento dos jogadores de frente, na postura mais defensiva da equipe gremista e até na falta de entrosamento. Na fria Porto Alegre, o Flamengo mudou menos que o Grêmio de um jogo para o outro, em número de alterações de time, mas o ainda líder fez, possivelmente, a sua pior partida até aqui no Brasileiro.