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Moradores da Grande Vitória falam de demora em pontos de ônibus.

Cinthya Andrade de Paiva Gonçalves se diz indignada com a demora e a lotação nos ônibus municipais de Vitória.

Em 12/03/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Moradores da Grande Vitória, no Espírito Santo, reclamam da demora em pontos de ônibus e relatam coletivos lotados nas linhas do Sistema Transcol e dos municipais de Vitória. Alguns passageiros chegam a esperar mais de uma hora para prosseguir com a viagem,  que ficou R$ 0,30 mais cara há menos de dois meses.

De acordo com a Companhia de Transporte Urbano da Grande Vitória (Ceturb-GV), o problema não deve ser encarado como uma situação generalizada e ações pontuais têm sido realizadas para melhoria do serviço.

“Recentemente criamos até a linha 672, que liga Setiba ao Terminal de Itaparica, em Vila Velha. A linha é um sucesso. E com o retorno das aulas, tudo está sendo normalizado”, afirmou José Carlos Moreira, diretor de Planejamento da Ceturb-GV.

Quem não está comemorando a nova linha é o analista de Sistemas Francis Carlos Dalla Bernardina, de 35 anos. Ele conta que, quando perdia o horário do ônibus a caminho do trabalho, bastavam 10 minutos para embarcar no próximo. Hoje, porém, a linha 555 (Terminal de Itaparica - Ufes) chega a demorar mais de 45 minutos.

“As mudanças nos horários dos ônibus vem acontecendo há meses e só pioram. Ouvi um motorista dizendo que houve diminuição na frota. Pagamos passagem mais cara e reduzem os carros nas ruas”, disse.

As linhas 591, que ligam Serra-Sede ao Terminal de Campo Grande, e 507, que liga os terminais de Laranjeiras e Ibes, estão entre as que recebem mais reclamações dos passageiros.

Em Vitória, onde 8 multas foram aplicadas às companhias municipais de ônibus, segundo a Secretaria de Transportes, Trânsito e Infraestrutura de Vitória (Setran), por causa de irregularidades depois que as empresas alegaram que fizeram adaptações nos horários por problemas financeiros, a situação está causando revolta, inclusive nas redes sociais.

“Hoje peguei o 121 e o cobrador disse que foram retirados dois carros da rota. Tiraram também dois dos cinco que rodavam o 164. Sobem o valor da passagem e o serviço piora a qualidade”, desabafou Ranielly Quinellato.

A demora e a lotação dos ônibus também estão afetando a vida da servidora pública Cinthya Andrade de Paiva Gonçalves, 40 anos.

“O ônibus é meu principal meio de transporte. A passagem subiu, a qualidade do serviço é ruim e agora temos que esperar mais tempo no ponto de ônibus. As linhas que passam pela Ufes estão demorando muito mais e quando passam, os ônibus estão lotados. Uma falta de respeito”, desabafou.

Empresas: menos 4 milhões de passageiros em um ano
Em 2015, cerca de 4,2 milhões de capixabas deixaram de usar o sistema Transcol, de acordo com a Companhia de Transporte Urbano da Grande Vitória (Ceturb-GV) e o Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano da Grande Vitória (GVBus). Nos ônibus municipais da capital, a queda foi de 2,9 milhões de passageiros.

A queda acompanha a média nacional que ficou entre 4,2%, uma perda estimada de 900 mil usuários por dia, segundo a Associação Nacional de Empresas de Transporte Urbano (NTU).

Apesar desse cenário, o diretor de Planejamento da Ceturb-GV, José Carlos Moreira, disse que a queda não tem reflexo linear na frota e nos horários do Transcol. Para sanar a demora na linha 555 (Terminal de Itaparica - Ufes) haverá reforço na linha 501 (Terminal de Itaparica - Jacaraípe).

A linha 591 (Serra Sede - Terminal de Campo Grande) receberá reforço de dois veículos articulados na próxima segunda.

“Houve queda no número de passageiros, mas nenhuma medida de contenção foi necessária. Pelo contrário, estamos investindo mais”, ressaltou.

Vitória
Em Vitória, os ônibus municipais têm apresentando irregularidades, mas todas as ocorrências estão sendo tratadas pela Secretaria de Transportes, Trânsito e Infraestrutura de Vitória (Setran), segundo o subsecretário Fernando Repinaldo.

“Temos 55 linhas circulando. As reclamações que temos recebido limitam-se a cinco ou seis linhas, mas intensificamos a fiscalização para garantir um serviço de qualidade”, alegou.

Repinaldo diz que as empresas de ônibus foram notificadas e que apresentaram um estudo técnico sobre a disponibilidade de veículos e as demandas. Noventa dias é o prazo que a prefeitura precisa para avaliar e fazer todas as modificações necessárias.

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