Após receber inúmeras denúncias de moradores de Serra, sobre os serviços prestados pela Cesan e pela empresa terceirizada, Serra Ambiental, o deputado Vandinho Leite, criou uma frente parlamentar para debater o tema. As reclamações são em relação ao retorno dos dejetos do esgoto para dentro das casas, a falta de tratamento do esgoto, o valor cobrado pelo serviço de tratamento e outros.

Sandra Azevedo, moradora há 25 anos do bairro Vista da Serra II, na Serra, relatou que o transtorno começou há três anos, após a concessionária começar as obras para tratamento de esgoto no bairro. “Depois que a obra acabou, eu virei uma espécie de filmadora de esgoto! Fotografo toda vez que transborda ou invade a minha casa. Ligo para Cesan, peço socorro e nada! Já não sei o que fazer. Nós precisamos de ajuda! Passamos a ter esgoto retornando para dentro de casa, não só em dia de chuva, mas em dias de sol também. Minha casa já foi invadida pela sujeira do esgoto mais de três vezes. Tive perdas materiais, fora o stress psicológico. Isso não acontece só comigo, mas com outros moradores do bairro", relatou Sandra.   

O deputado Vandinho Leite, leu o relato das denúncias de Sandra, na Sessão Ordinária, da última terça-feira (20).  “Encontrei a Sandra em uma caminhada que fiz no bairro Planalto Serrano. Eu presenciei bem de perto o sofrimento dela. O tempo estava aberto e o bueiro transbordava o tempo todo. É impressionante o que está acontecendo na Serra, são três anos de sofrimento e a única coisa que os moradores querem é um serviço de qualidade, afinal, eles pagam caro por isso,” disse o parlamentar. 

Em relação a Frente Parlamentar, Vandinho destacou que o assunto Cesan, não será discutido somente no município de Serra, mas em todo o Espírito Santo. “A nossa primeira reunião vai ser para debater essas denúncias. A taxa de esgoto é de 80% em cima do valor de água consumida, ou seja, se o consumo de água for 100 reais, o esgoto sairá por 80 reais. Totalizando uma conta de 180 reais. Além do valor ser abusivo, constatei que em muitos bairros de Serra, o esgoto sequer é tratado. Não faz sentido o consumidor pagar, e pagar caro, por um serviço que a Cesan não faz!”, disse o deputado. 

Água suja, mau cheiro e bastante dor de cabeça

Além de Sandra, outros moradores de Serra, entraram em contato para fazer denúncias contra a Cesan. Eles reclamam da falta de água no período da noite e da manhã, de bueiros entupidos e de esgoto a céu aberto. Reclamam também, que a água está chegando suja nas torneiras, e que o asfalto do bairro está danificado pela água suja que não para de jorrar. Outra reclamação frequente é por conta do mau cheiro constante nas casas que não possuem ralo sanfonado, e por último, a falta de saneamento, que resulta na contaminação das praias e rios.

Os comerciantes do bairro dizem que o mau cheiro do esgoto espantou os clientes. “O comércio está sendo prejudicado por conta do mau cheiro do esgoto, um dia desses, o bueiro em frente a um restaurante chegou a transbordar, parecia um vulcão! O restaurante ficou fechado por dois dias, fedia tanto que era impossível ficar lá dentro.” Disse um dos moradores.

Parceria Público-Privada (PPP)

Em Serra, 83% da população já tem acesso à rede de esgoto e 65% estão conectados à ela. O objetivo é a universalização do esgotamento sanitário até 2023.

No município de Serra, existe uma Parceria Público-Privada (PPP), estabelecida em 2015, entre Cesan/Serra Ambiental e, até dezembro de 2018, consta que já haviam sido construídos 150 mil metros de rede de esgoto, atendendo a vários bairros de Serra,  como Serramar, Planalto Serrano, Colina de Laranjeiras, Taquara I e II, José de Anchieta, Campinho de Serra I e II, Parque Residencial Laranjeiras, Vista de Serra II, Novo Porto Canoa, Mestre Álvaro, Barro Branco e Parque das Gaivotas, com coleta e tratamento de esgoto.

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