Motoristas de aplicativos estão adotando estratégias para fugir de criminosos, que pedem corrida para cometer os delitos. Um quinto dos motoristas da grande Vitória já sofreu assalto durante as viagens, é o que mostra dados de uma pesquisa feita em dois meses pela Associação de Motoristas de Aplicativos do Espirito Santo (Amepes).

Leonardo Batista, 37, trabalha a dois anos como motorista de aplicativo e conta que já sofreu algumas tentativas de assalto e foi roubado em janeiro na cidade de Serra. “Dois rapazes pediram a corrida em nome de uma moça e disseram que era a namorada de um deles, no meio da viagem pegaram uma faca e roubaram meu celular, minha carteira e minha aliança, tudo acontecendo enquanto eu estava dirigindo, como estava em um local de movimento não tentaram levar o carro, Diz o motorista.

Segundo informações da pesquisa, 18,8% dos motoristas atuantes, já foram assaltados, desses 17,4% sofreram mais de uma vez. Metade dos assaltos é feito pelos próprios passageiros e 72% dos criminosos chamaram a corrida pelo aplicativo antes do crime. Na maioria das vezes os assaltos acontecem durante a noite ou em finais de semana. Mas segundo o entrevistado, nenhum horário ou local é completamente seguro, ele diz que as pessoas que trabalham com esse tipo de negócio, correm perigo constantemente.

Fábio Portes, 42, também sofreu com a ação de criminosos que em uma tentativa de roubo de seu carro, armaram uma emboscada, que ocorreu também em Serra, no bairro Laranjeiras. “Um adolescente pediu a corrida, para um condomínio de luxo que fica em Laranjeiras, chegando lá, ele desceu e enquanto eu fazia o retorno na rua que era sem saída, ele e mais 4 meninos com a mesma faixa etária, pararam na frente do carro com facas e uma arma, pedindo que eu descesse do carro para eles levarem, em desespero eu aceleirei o carro e abaixei a cabeça com medo de que eles atirassem e consegui escapar por pouco”, diz Fábio.

Diante de tantas ameaças alguns motoristas preferem trocar de aplicativo para receber pagamento só em cartão de crédito ou débito e ficarem menos visados, mas nem mesmo tomando essas precauções os trabalhadores estão livres do medo diário enquanto exercem o trabalho.

O passageiro Rodrigo Duque, 22, é estudante e conta que entende os motoristas, mas para os passageiros também á riscos. “Sempre preciso pedir o carro tarde da noite voltando da aula e na maioria das vezes tenho muito medo, porque vou entrar no carro com uma pessoa que nunca vi, penso que para as mulheres também deve ser muito difícil lidar com o medo de andar no carro com na maioria das vezes um homem e sozinha, oque faço sempre é procurar saber de elogios e olhar a avaliação do motorista no perfil, ou então tento rachar o valor da viagem com um amigo”, diz Rodrigo.

Precauções

Como forma de evitar os crimes alguns motoristas evitam trafegar em alguns horários e bairros. E mesmo assim eles dizem que o GPS registra locais diferentes do solicitado. Além disso, os motoristas dizem que também não podem escolher os passageiros, o que facilita ainda mais a ação de criminosos.