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Motoristas de transporte escolar fazem protesto no Centro do Recife.

Categoria quer diálogo com Contran para mudar norma de padronização.

Em 15/07/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Motoristas de transporte escolar de Pernambuco realizam, nesta sexta-feira (15), um protesto contra o projeto de padronização dos veículos. Eles se concentram no Marco Zero, no Centro do Recife. Às 10h, promoverão um ato público, na Avenida Rio Branco, na mesma área, para solicitar a abertura de diálogo com o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) sobre as normas que devem entrar em vigor ainda este ano.

Atualmente, Pernambuco tem 1.600 motoristas cadastrados no Sindicato de Motoristas de Transporte Escolar. Desse total, a grande maioria, 1.100, circula no Grande Recife. A ideia do protesto é, segundo os organizadores, alertar para o risco de parte desse pessoal, hoje cumprindo todas as normas e exigências, ser colocada na clandestinidade.

Para Heglênio Pimenta, diretor da Cooperativa TransNorte e um dos organizadores do movimento, a nova norma do Contran determina a mudança da frota em todo o Brasil e cria obstáculos para a categoria. Os veículos deverão ter sete metros de comprimento e chegam a custar R$ 200 mil.

Segundo ele, são, na verdade, micro-ônibus e não vans escolares. A categoria propõe que seja negociada a redução das exigências em relação ao porte dos veículos. E que os carros sejam compatíveis com a realidade de cada cidade ou região. Com a manifestação, os motoristas pretendem se antecipar aos avisos do Contran e tentar fazer as adaptações aos poucos.

“O mesmo veículo não pode ter o mesmo padrão para cidades como São Paulo, como grandes avenidas, e Manaus, com áreas de floresta, por exemplo. Aqui no Recife, em algumas áreas, um micro-ônibus, como o exigido pelo Contran, não entra em determinados lugares, como vielas e ruas cheias de buraco e de barro”, justifica.

Para Pimenta, se essa norma realmente entrar em vigor, haverá perda de grande parte dos motoristas para clandestinidade. Isso, de acordo com o organizador do protesto, é ruim para todos. Para a categoria, que não prestará serviço de qualidade, e para os pais, que vão ter que deixar os filhos em veículos pouco confiáveis. “Se todo mundo aderir a essa padronização, os custos serão repassados e ninguém vai conseguir pagar mensalidade ”, observou.

Pimenta ressalta, ainda, que a norma estabelece a troca de veículo de transporte escolar a cada dez anos. Ou seja, muita gente terá que providenciar alta soma de recursos para providenciar a compra de novos veículos.

“Nós não pagamos Imposto sobre Propriedade de Veículos, o IPVA, mas temos muitos encargos.  Passamos por testes, reciclagem e, agora, pagamos por exame toxicológico. Também temos duas vistorias obrigatórias anuais. Essas novas exigências de padronização, do pneu ao teto, vão atingir em cheio o serviço”, declarou.

Vistorias
O Departamento estadual de Trãnsito (Detran-PE)  informa que na segunda-feira (18) terá início nova fase da segunda vistoria anual de veículos do transporte escolar. Serão inspecionados, até sexta (22), carros com placas terminadas em 6, 7 e 8.

O atendimento é feito das 14 às 16h., na Unidade de Táxis e Coletivos (DUAT), localizada na Avenida Professor Joaquim Cavalcanti, 859, no bairro da Iputinga, às margens da BR 101. Não existe agendamento online para a vistoria de Transporte Escolar.

O Detran alerta que conduzir o veículo sem portar a autorização para condução de escolares é infração grave, gerando multa de R$ 127,69 e a retenção do veículo até a regularização. Isso de acordo com o artigo 230 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB).

g1/Pernambuco