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Mulheres recebem 27% menos que os homens no ES, aponta IBGE.

Diferença diminuiu, mas está acima da média nacional (25,5%) em 2014.

Em 14/11/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

A diferença salarial entre homens e mulheres no Espírito Santo diminuiu, mas as capixabas continuaram recebendo 27% a menos, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) 2014, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quarta-feira (11). No Brasil, elas recebem, em média, 25,5% a menos.

A coordenadora do Fórum de Mulheres do estado acredita que a desigualdade aconteça devido à desvalorização das mulheres e de suas áreas de atuação no mercado.

Na média anual de 2014, as capixabas receberam 73% do salário dos homens no estado. A diferença salarial diminuiu em relação ao ano de 2013, quando o rendimento das mulheres era de 69,1% em relação ao dos homens, o que representava uma média de 30,9% a menos.

No Brasil, a média dos salários das mulheres em 2014 foi de 74,5% da renda dos homens e, em 2013, de 73,3%. As porcentagens indicam que as mulheres receberam 25,5% a menos em 2014 e 27,7% a menos em 2013.

Salários
Em média, em 2014, os homens do estado receberam o salário mensal de R$ 1.953,00, valor que está abaixo da média nacional, de R$ 1.987,00. As mulheres, por sua vez, receberam R$ 1.426,00, também abaixo da média nacional, de R$ 1.480.

Em 2013, em média, as capixabas receberam o salário mensal de R$ 1.311, o que representa um aumento de 8,8% em 2014.

Fórum de Mulheres
De acordo com a coordenadora do Fórum de Mulheres do Espírito Santo, Edna Calabrez, as áreas de atuação da mulher no mercado influenciam na desigualdade salarial em relação aos homens.

"Essa é uma realidade interessante para análise. O que acontece é que o trabalho da mulher é mais focado no cuidado com as pessoas humanas, um tipo de trabalho não é valorizado no mercado. As áreas ditas femininas são desvalorizadas", disse a coordenadora.

Segundo Edna, ainda existe na sociedade a mentalidade de que o homem deve ser o responsável pelo sustento da casa, enquanto a mulher não teria essa responsabilidade.

"A mulher não é reconhecida ainda como o sujeito do trabalho, quem é o sujeito do trabalho é o homem. O que acontece, na diferença salarial, é que também se leva em consideração a desvalorização das mulheres", explicou.

A coordenadora do Fórum acredita que devam existir mais debates sobre o tema para enfrentar a realidade de desigualdade.

"É necessário trazer o tema para debates na iniciativa pública e também é preciso discutir com a iniciativa privada, que reluta a debater sobre isso. Como enfrentar essa realidade? Como descontrair essa desigualdade? É um assunto polêmico e contraditório", opinou Edna.

Fonte: G1-ES