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Na luta contra o câncer, jovem morre esperando estado cumprir decisão.

Ele teve braço amputado por erro durante tratamento contra câncer.

Em 17/12/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O jovem Ricardo de Oliveira Rosa, que teve braço amputado por erro durante tratamento contra câncer, morreu na tarde desta sexta-feira (16). Ele estava internado no Hospital do Câncer de Barretos desde a última terça-feira (13) à espera de cumprimento de uma decisão judicial por parte do governo do Tocantins. O jovem lutava contra doença rara há três anos.

Ricardo entrou na Justiça para conseguir fazer o procedimento que custa em torno de R$ 3 milhões. Ele ganhou a causa em outubro deste ano, mas o Estado não cumpriu a decisão.

A mãe Maria José Oliveira relatou que nos dias que antecederam a viagem, ele queria amigos e familiares sempre juntos. Segundo ela, Ricardo quase desistiu de ir a Barretos, mas depois decidiu ir e foi confiante. "Ele foi acreditando no tratamento. Era a última esperança dele. Ele lutou até o último segundo de vida". 

Segundo Maria, o filho não queria fazer o tratamento no Tocantins, pois ele dizia ser desumano e precário. Para ela o sentimento é de revolta e tristeza pela demora do governo em cumprir ordem judicial para que o tratamento correto fosse realizado.

"Não fizeram nada por ele. O caso era grave, mas ele tinha muitas chances de sobreviver quando a doença foi descoberta. Mas nessa batalha para conseguir o tratamento, ele foi perdendo as forças e acabou morrendo."

Entenda
Ricardo de Oliveira Rosa lutava a três anos contra um câncer raro que não responde a radioterapia ou a quimioterapia. Em 2014, ele teve o braço esquerdo amputado no Hospital Geral de Palmas.

Depois, foi encaminhado para Goiânia fazer uma radioterapia. Após duas quimioterapias em Palmas, ele foi encaminhado a Barretos, onde os médicos descobriram que aquele não era o tratamento correto.

Ricardo entrou na Justiça e conseguiu direito de fazer novo procedimento. O procedimento não é realizado no Tocantinse custa em torno de R$ 3 milhões. Ele aguardava no Hospital do Câncer de Barretos o cumprimento, por parte do governo do estado, da decisão judicial.

Na ocasião, a Secretaria de Estado da Saúde informou que  foi notificada da decisão judicial do paciente e que o medicamento ipilimumab é de alto custo, importado e não faz parte da relação nacional de medicamentos utilizados pelo sistema único de saúde.

A secretaria disse ainda que a  competência de alterações, incorporação ou exclusão de novos medicamentos, produtos e procedimentos disponíveis para a população pelo SUS é de responsabilidade do Ministério da Saúde.

Fonte: G1 TO