Nível do Rio Doce sobe e famílias ficam desabrigadas em Linhares, ES.

Por causa da cheia do Rio Doce, famílias ribeirinhas de Linhares, Norte do Espírito Santo, tiveram que deixar as próprias casas. De acordo com a prefeitura, até a tarde desta sexta-feira (22), 54 pessoas de 14 famílias estão desabrigadas e foram levadas para a quadra poliesportiva do bairro Conceição.

A água invadiu o bairro Olaria, único da cidade que fica às margens do rio. A régua de medição do rio chegou a 4,36 metros. A cota de inundação é de 3,45 metros.

Na quadra poliesportiva, os desabrigados estão recebendo atendimento da secretaria Municipal de Assistência Social, segundo a prefeitura.

A aposentada Izaulita Pereira da Silva, 62 anos, é uma das moradoras que precisou ir para o local. "Há 19 anos minha família passa pela mesma situação com a cheia do Rio Doce. Como o rio subiu rápido, perdemos roupa e alimentos", lamentou.

A prefeitura garantiu que está prestando todo atendimento necessário às famílias desabrigadas. “Estamos dando toda a assistência necessária. Alimentação, água, material higiênico, acompanhando as crianças com educador social, dando todo apoio que eles necessitarem”, disse a secretária de Assistência Social, Luzia Alvarenga.

Lama agrava a situação
O Rio Doce já passou por períodos de cheias em outros anos, mas a situação atual é agravada pela lama de rejeitos de minério que contaminou as águas no final de 2015. A situação é resultado do rompimento de uma barragem da Samarco, cujos donos são a Vale e a anglo-australiana BHP Billiton, na cidade de Mariana (MG), no dia 5 de novembro.

A cidade de Linhares não era abastecida pelo Rio Doce, e sim pelo Rio Pequeno, mas com a chegada da lama, o município começou a fazer obras em uma barragem para que a água do manancial que abastece a cidade não fosse contaminada também.

Colatina
Em Colatina, a situação não é diferente. O município atingiu a cota de inundação nesta quinta-feira (21), que é de 6,20 metros, mas depois começou a abaixar e nesta sexta-feira (22) o nível ficou estável, em 6,12 metros.

No município não há casos de pessoas que precisaram deixar as casas. As chuvas que atingiram a região Noroeste do estado e Minas Gerais desde o domingo (17) são responsáveis pelo aumento do nível do rio.

O que chama a atenção dos moradores é a cor mais barrenta do rio. Isso é porque, com a chuva, a lama de rejeitos de minério da barragem da Samarco, que se rompeu em Mariana (MG), continua descendo o Rio Doce.

Por Amabily Caliman/g1es