TEMAS GERAIS

Número de adoções cai 36% no ES.

Adoções caíram de 121 em 2014 para 77 em 2015, segundo a Justiça.

Em 16/02/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Uma caminhada que inclui uma série de documentos, entrevistas e avaliações psicossociais – aliada às preferências dos futuros pais adotivos – faz com que crianças e adolescentes de todo o país continuem sem serem acolhidos em um novo ambiente familiar.

Enquanto em 2014 foram realizadas 121 adoções no Espírito Santo, no último ano esse número foi reduzido para a marca de 77 – ou seja, 44 crianças e adolescentes a menos tiveram a oportunidade de serem adotadas.

Entre as 77, nove foram adoções internacionais. É o que indicam os dados solicitados pelo Jornal A Gazeta à Comissão Estadual Judiciária de Adoção do Espírito Santo (CEJA).

Ainda assim, muitos pais encontram-se empolgados para realizar adoções, e suas histórias de vida demonstram a importância desses vínculos para os futuros filhos. É o caso do casal Bryce Caniçali e Sangoold de Souza.

Bryce, que é rainha de bateria no carnaval capixaba, adotou a pequena Gleicy, de sete anos. A história começou como um apadrinhamento afetivo. Agora, a menina já faz parte da família. É oficialmente filha dos dois.

“No início do processo, a Gleicy não estava disponível para adoção. Aí ficamos como padrinhos afetivos e acabamos descobrindo que, realmente, éramos pais dela”, relembra Bryce.

Para Souza, marido de Bryce, é necessário que os candidatos a pais adotivos tenham um olhar também voltado às crianças mais velhas.

“Eu quero que as pessoas vendo a nossa história tomem coragem e procurem a Vara da Infância e Juventude do seu município. Essas crianças precisam de amor e carinho e temos que oportunizar também a adoção de crianças mais velhas”, defende.

Segregação
De acordo com informações divulgadas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em sua página na internet, de forma geral, os baixos números de adoções no país indicam a uma tendência dos candidatos a pais adotivos manifestarem, em especial, o desejo de adotarem bebês meninas e brancas.

Ainda segundo o CNJ, o chamado “processo lento” que envolve as adoções demora, em média, um ano (confira o passo a passo no quadro abaixo). Entretanto, caso o pretendente tenha um perfil específico de criança para adotar, por exemplo, branca e menor de dois anos, esse tempo de demora para adoção pode ser maior - podendo chegar a dois anos.

Fonte: G1-ES