ECONOMIA NACIONAL

O que é spread bancário e por que ele é alto no Brasil?

Bancos cobram juros mais caros quando emprestam dinheiro do que pagam a investidores.

Em 28/05/2018 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Você já percebeu que os bancos sempre cobram juros mais altos para emprestar dinheiro do que pagam de rendimento nas aplicações financeiras? O nome dessa diferença é spread bancário.

Por exemplo, toda vez que um banco paga juros de 10% para um investidor que aplicou seu dinheiro em um título de renda fixa, ele costuma cobrar de outro cliente que fez um empréstimo pessoal uma taxa mais alta, de 20%, por exemplo.

É por este motivo que os juros pagos pelas aplicações financeiras costumam ser bem mais baixos que as taxas praticadas no crédito. No caso do cheque especial e o rotativo do cartão, os juros são ainda mais altos, porque entra nesta conta o custo da inadimplência, que é maior nestas modalidades.

Mas qual é a razão para os bancos praticarem essa diferença? É porque, além de pagar os juros devidos ao investidor que aplicou seu dinheiro, o banco separa uma parte do que sobrou para bancar seus custos e também ficar com o lucro.

A maior parte deste spread, cerca de 40%, vai para uma reserva contra a inadimplência. Ou seja, que protege o banco de calotes. Outra parte vai para o lucro do banco, impostos e custos administrativos, como o salário de funcionários.

O spread no Brasil é um dos mais altos do mundo, porque ele acompanha a taxa básica de juros, a Selic, também entre as maiores. Dessa forma, o spread tende a cair sempre que a Selic está em baixa.

Isso porque, com a Selic menor, os bancos tendem a pagar menos pelos recursos que captam no mercado, uma vez que muitos investimentos pagam juros atrelados à Selic. Portanto, se ela fica menor, há mais espaço para as taxas do crédito caírem e também o spread.

(Foto: Divulgação)