POLÍTICA INTERNACIONAL

Obama chega à Etiópia na segunda etapa de sua viagem pela África.

Obama já passou pelo Quênia, primeira etapa de viagem pela África.

Em 26/07/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O presidente Barack Obama aterrissou neste domingo (26) na Etiópia, onde realizará uma visita de dois dias, convertendo-se no primeiro presidente americano em exercício a visitar o segundo país mais populoso da África.

O Air Force One pousou no aeroporto internacional de Adis Abeba após um breve voo procedente do Quênia, primeira etapa de sua viagem africana.

O presidente americano foi recebido na pista pelo primeiro-ministro etíope Hailemariam Desalegn e sua esposa.

A visita incluirá negociações com o governo etíope, um aliado estratégico chave dos Estados Unidos, mas criticado no âmbito do respeito à democracia e aos direitos humanos.

Obama também se tornará o primeiro presidente dos Estados Unidos a dar um discurso na sede da União Africana (UA), um bloco formado por 54 Estados africanos.

Além disso, se reunirá com líderes regionais sobre a guerra civil no Sudão do Sul.

A presidente da Comissão da União Africana (UA), a sul-africana Nkosazana Dlamini-Zuma, considerou esta visita "histórica" e "um passo concreto para ampliar a aprofundar as relações entre a UA e os Estados Unidos".

Como no Quênia, sua visita se centrará na luta contra o terrorismo. Adis Abeba, assim como Nairóbi, estiveram na linha de frente da luta contra os insurgentes somalis shebab, filiados à Al-Qaeda.

As duas nações têm tropas na Somália como parte de uma missão da UA, apoiada pelos Estados Unidos.

Mas sua visita também ocorre dois meses depois de eleições nas quais a coalizão governante do primeiro-ministro etíope ganhou cada um dos 546 assentos no Parlamento.

A oposição, que perdeu seu único assento, alega que o governo utilizou táticas autoritárias para garantir a vitória.

O próprio Departamento de Estado americano falava em seu relatório anual sobre a Etiópia, publicado em junho, sobre "restrições à liberdade de expressão", "perseguição e intimidação de membros da oposição e jornalistas" e "julgamentos políticos".

"Não queremos que esta visita seja utilizada para apagar as violações dos direitos humanos por parte das autoridades e que a transformem em uma recompensa. Encorajamos Barack Obama a falar dos direitos humanos", convocou Abdulahi Halaje, da Anistia Internacional.

Cúpula sobre Sudão do Sul
Na segunda-feira, Obama celebrará uma mini cúpula sobre o Sudão do Sul, devastado por 19 meses de um conflito civil que deixou dezenas de milhares de mortos.

Participarão os líderes de Etiópia, Quênia e Uganda, assim como o ministro sudanês das Relações Exteriores, Ibrahim Ghandur.

Obama tentará conseguir o apoio do continente para tomar ações duras se os dois beligerantes sul-sudaneses não respeitarem um ultimato para assinar a paz no país mais jovem do mundo até 17 de agosto.

Na terça-feira, Obama fará um discurso na sede da União Africana, onde poderá se dirigir a todo o continente e seguir com os compromissos assumidos na cúpula EUA-África de agosto de 2014.

Num momento em que a África é palco de várias crises de Burundi a Sudão do Sul, passando pela República Centro-Africana, os atores da sociedade civil esperam que Obama pressione a UA a se envolver mais no respeito à democracia.

Com exceção de alguns retratos e bandeiras dos Estados Unidos na estrada que leva ao aeroporto, a capital etíope não mostrava sinais da "Obamania" que se apoderou do Quênia durante sua visita.

A visita de Obama ao Quênia, país onde seu pai nasceu, se centrou em temas econômicos e de segurança, assim como nos direitos humanos.

Fonte: France Presse