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Observatório da UnB registra dois abalos perto de barragens de Mariana.

Tremores de magnitude 1.5 e 1.8 aconteceram na madrugada desta terça.

Em 10/11/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O Observatório Sismológico da Universidade de Brasília registrou dois tremores em Mariana (MG) na madrugada desta terça-feira (10), onde duas barragens de resíduos de mineração se romperam na última semana. Os abalos, de magnitude 1.5 e 1.8, aconteceram às 4h17 e às 5h46, respectivamente.

Chefe da unidade, o professor George Sand disse que os epicentros foram próximos à barragem. “Uma das coisas ainda em discussão é se esse é um evento natural ou desencadeado pelos reservatórios”, afirma.

De acordo com o capitão do Corpo de Bombeiros Thiago Miranda, moradores do distrito de Bento Rodrigues foram orientados a deixar o local por causa dos abalos. Após as 10h, apenas equipes treinadas dos bombeiros permaneciam no distrito.

O rompimento de duas barragens de rejeitos da mineradora Samarco causou uma enxurrada de lama que inundou várias casas no distrito na tarde de quinta-feira (5). A onda teria chegado a 2,5 metros de altura. Quatro mortes já foram confirmadas.

Um dos sobreviventes da tragédia, Andrew Oliveira, que trabalha como sinaleiro na empresa Integral, uma terceirizada da Samarco, disse que, na hora do almoço, houve “um abalo”, mas os empregados continuaram trabalhando normalmente. "Começou a praticamente ter um terremoto."

As causas do rompimento ainda não foram identificadas. A Samarco disse ter registrado dois pequenos tremores na área duas horas antes do rompimento, por volta das 16h20 de quinta-feira, segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura de Mariana.

Especialistas foram enviados à área na sexta para avaliar a toxicidade do material que vazou.
O Corpo de Bombeiros monitora uma terceira barragem para verificar o risco de rompimento.

Não é a primeira vez que barragens se rompem em Minas Gerais. Em 2014, um acidente em Itabirito, a cerca de 60 quilômetros de Belo Horizonte, deixou três trabalhadores mortos.

O distrito de Bento Rodrigues, afetado pelo deslizamento, tem cerca de 600 moradores. Outros vilarejos foram atingidos pela lama. A estimativa é de que até 2 mil pessoas possam ter sido afetadas.

Sobre abalos
Os tremores são geralmente causados pela movimentação das placas tectônicas – um grupo de 12 grandes blocos da crosta terrestres onde estão assentados os oceanos e continentes. O registro mais intenso aconteceu em Valdívia, no Chile, em 1960. Ele obteve 9,5 graus na escala Richter, provocando um grande tsunami que atingiu ilhas do Havaí, a dez mil quilômetros de distância.

Há ainda terremotos induzidos por atividades humanas. Falhas em projetos podem provocar abalos durante o enchimento de lagos artificiais de barragens, perfuração de minas profundas e extração de gás e petróleo.

A intensidade dos abalos é avaliada por meio da escala Richter – uma escala logarítmica de base 10, que atribui um número de 1 a 9 para quantificar a energia liberada por um sismo.

Em geral, eles começam a ser sentidos pela população quando ultrapassam os 3 pontos. Nessa faixa, já são capazes de mover mobílias e derrubar objetos de prateleiras, além de quebrar pratos e janelas e balançar sinos de igrejas. Árvores e arbustos também sofrem oscilações.

Quando atingem magnitude igual ou maior que 5, os terremotos causam trincas e conseguem derrubar construções mais frágeis.

Fonte: G1