ECONOMIA NACIONAL

OCDE reduz para 1,9% a previsão de alta do PIB brasileiro em 2019

Organização também piorou projeção para a economia mundial, para 3,3%.

Em 06/03/2019 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Divulgação

A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) voltou a reduzir nesta quarta-feira (6) a previsão de crescimento da economia brasileira para 2019. A entidade estima agora que o país crescerá 1,9% este ano, contra 2,1% na projeção anterior, que já havia sido reduzida em novembro.

A revisão vem quase uma semana após a divulgação do PIB brasileiro de 2018, que avançou 1,1% – mesmo resultado de 2017, frustrando expectativas iniciais de um crescimento mais acelerado.

A projeção da OCDE está abaixo da prevista pelo mercado brasileiro. Segundo o último relatório Focus do Banco Central, a média esperada pelos economistas de mais de 100 instituições financeiras é de alta de 2,48% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019.

Apesar da piora na estimativa para o Brasil, a OCDE apontou em seu relatório que uma recuperação moderada está a caminho no Brasil. "A melhora na confiança dos empresários, a redução de incertezas políticas, inflação baixa e melhora no mercado de trabalho vão ajudar a demanda doméstica", diz o relatório.

Segundo o documento, a implantação bem sucedida da agenda de reformas do governo, particularmente a da Previdência, "ainda é fundamental para uma retomada mais forte do crescimento".

Para 2020, a OCDE manteve a previsão de que a economia brasileira vai expandir 2,4%.

Crescimento mundial

A OCDE também reduziu sua estimativa de crescimento da economia mundial, em 0,2 pontos percentuais. Segundo a entidade, ele será de apenas 3,3% em 2019, em consequência das tensões comerciais e da incerteza política.

Em seu relatório, a organização cita o "aumento da incerteza política, as tensões comerciais persistentes e uma contínua redução da confiança das empresas e dos consumidores".

Quase todas as economias do G20 tiveram suas estimativas rebaixadas, em especial na Zona do Euro (-0,8 ponto, a 1%) e Reino Unido (-0,6 ponto, a 0,8%).

O relatório destaca que comércio mundial "desacelerou fortemente" devido às barreiras comerciais existentes e "os novos pedidos em vários países permanecem em queda".

Para a OCDE, as restrições aplicadas em 2018 "pesam sobre o crescimento, o investimento e os níveis de vida, em particular das residências com baixa renda".

Alerta sobre o Brexit

Segundo a OCDE, caso a separação entre Reino Unido e União Europeia termine sem acordo, "a perspectiva seria significativamente menor" para a Grã-Bretanha. A entidade prevê que o PIB cairia 2% nos próximos dois anos, sofrendo a aplicação de tarifas alfandegárias da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Ao todo, 42 empresas que tinham sede no Reino Unido se mudaram para Holanda em 2018, por causa das incertezas relacionadas com o Brexit, segundo números divulgados por autoridades holandesas.

Juntas, estas empresas representam 1.923 postos de trabalho e pelo menos 291 milhões de euros em investimentos para a Holanda, indicou a NFIA em seus resultados anuais.