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OMS apura sintomas de ataque químico em 500 pessoas em Guta

Suposto ataque químico ocorreu no sábado em reduto rebelde perto de Damasco.

Em 11/04/2018 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

A Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu nesta quarta-feira (11) para ter acesso livre à cidade de Duma, em Guta Oriental, na Síria, para checar relatos de seus parceiros de que 500 pessoas apresentaram sintomas de um ataque químico nesse fim de semana, segundo a BBC.

O suposto ataque químico que atingiu Duma, último reduto rebelde da província, no sábado, deixou dezenas de pessoas mortas e feridas. A ação foi atribuída pelo grupo rebelde sírio Jaish al-Islam ao regime de Bashar Al-Assad.

EUA, França e Reino Unido também acusam o governo sírio de ser o responsável pelo ataque, o que Assad e a aliada Rússia negam. O governo sírio fez um convite para que a Organização para a Proibição das Armas Químicas (Opaq), que investiga o ataque, visite a cidade de Duma.

EUA ameaçam retaliar

Os Estados Unidos ameaçaram responder "com força" aos relatos de um ataque, mas a Rússia chamou isso de "pretexto" para atacar sua aliada, a Síria. Nesta quarta-feira, se esgota o prazo previsto pelo presidente norte-americano, Donald Trump, para dar "uma resposta" contra o suposto ataque químico.

Na semana, Trump chegou a declarar que gostaria de retirar as tropas da Síria o mais rápido possível, mas o ataque do fim de semana o fez repensar seus planos. Na segunda-feira, o presidente americano afirmou que nas próximas 24 a 48 ele tomaria uma decisão importante contra a Síria.

Na terça-feira (10), duas resoluções que propõem investigação sobre o suposto uso de armas químicas na Síria foram rejeitadas no Conselho de Segurança da ONU.

Uma delas, apresentada pelos Estados Unidos, propunha a abertura de um inquérito para apurar a culpa por tais ataques. A outra foi apresentada pela Rússia e propunha uma investigação separada após a qual o próprio Conselho de Segurança seria responsável por atribuir a responsabilidade dos ataques.

Porém, os Estados Unidos já tinham declarado que responderiam ao ataque independentemente da decisão do Conselho de Segurança.

Rússia lança alerta

Nesta quarta, o governo da Rússia alertou que qualquer ação na Síria pode "desestabilizar a já frágil situação da região". "Como antes, esperamos que todas as partes evitem qualquer ação, que em nenhum caso seria justificável e que poderia desestabilizar a já frágil situação da região", afirmou Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin.

 Mapa mostra avanço de Assad em Guta Oriental (Foto: Infografia: Juliane Monteiro )
(Foto: Syrian Civil Defense White Helmets/AP)