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ONU alerta sobre caos na Europa devido a fechamentos de fronteiras.

Organização estima que 100 mil cruzaram o Mediterrâneo.

Em 23/02/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O encarregado da Agência da ONU para os Refugiados (Acnur), Filippo Grandi, afirmou nesta terça-feira (23) que o crescente fechamento de fronteiras pode criar um caos na Europa, segundo a France Presse.

Bélgica anunciou nesta terça que vai restabelecer seu controle na fronteira com a França, de acordo com a France Presse. Países como Áustria, Eslovênia e Macedônia já tinham anunciado práticas restritivas recentemente. Grande quantidade migrantes passam por esses territórios na tentativa de chegar aos países mais ricos da União Europeia, como a Alemanha, Suécia ou Reino Unido.

A declaração de Grandi é dada no mesmo dia em que a Organização Internacional para as Migrações (OIM) divulgou balanço que mostra que fluxo de migrantes pelo Mediterrâneo registrou alta com relação ao ano de 2015.

"Estou muito preocupado com as notícias que recebemos sobre o fechamento crescente das fronteiras europeias na rota dos Bálcãs, já que isso criará mais caos e confusão", afirmou.

Ele fez esta declarações durante uma visita à ilha grega de Lesbos, principal porto de entrada de migantes na Europa.

A Comissão Europeia e a presidência holandesa da UE também disseram que estavam "preocupados" com a situação confusa na rota de migração dos Balcãs.

"Estamos preocupados com a evolução ao longo da rota dos Balcãs e da crise humanitária que poderia ocorrer em alguns países, principalmente na Grécia", escreveram o Comissário para as Migrações, Dimitris Avramopoulos e o ministro holandês para pasta, Klaas Dijkhoff, em uma declaração conjunta.

Macedônia
A polícia da Grécia começou a retirar imigrantes da fronteira com a Macedônia nesta terça, depois que restrições de passagem adicionais impostas pelas autoridades macedônias deixaram centenas de pessoas detidas em território grego, de acordo com a Reuters. Um grupo foi conduzido de balsa de ilhas gregas até o município de Pireu, que abriga o maior porto do país.

Na segunda-feira (22), os imigrantes se acomodaram nas linhas de trem da área de Idomeni depois de tentarem forçar passagem pela divisa com a Macedônia, revoltados com os atrasos e com os novos limites impostos à sua passagem. Espera-se que eles sejam levados a campos de redistribuição dentro da Grécia.

A polícia grega e vários ônibus vazios entraram na área antes do amanhecer, disse uma testemunha da Reuters. Em uma área vista do lado macedônio da fronteira, cerca de 600 pessoas foram cercadas pela polícia grega, segundo a testemunha.

Havia cerca de 1.200 pessoas em Idomeni, a grande maioria afegãos ou indivíduos sem documentos de viagem apropriados. Houve tumulto no local na segunda-feira quando as autoridades macedônias exigiram documentos de viagem adicionais, inclusive passaportes, das pessoas que cruzavam seu território.

100 mil migrantes
Nesta terça, a Organização Internacional para as Migrações (OIM) informou que Mais de 100.000 migrantes e refugiados chegaram a Europa através do Mediterrâneo desde o início de 2016. Até esta terça-feira, um total de 102.547 migrantes desembarcaram na Grécia e 7.507 na Itália, segundo a OIM.

"Alcançamos este número em dois meses, quando em 2015 o limite de 100.000 só foi superado no verão" (hemisfério norte, inverno no Brasil), disse o porta-voz da organização, Itayi Viriri.

Mais de 700 migrantes foram resgatados entre a Tunísia e a Sicília nesta terça-feira, segundo autoridades italianas consultadas pela Reuters. Quatro deles foram encontrados mortos.

A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) afirma que, em média, duas crianças morrem afogadas por dia, em média, ao tentar atravessar o Mediterrâneo desde setembro de 2015.

Fonte: AFP