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ONU lança relatório sobre desenvolvimento de recursos hídricos

O objetivo da ONU, juntamente com a Unesco, é utilizar as soluções básicas da natureza.

Em 20/03/2018 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Durante o Fórum Mundial da Água, que acontece nesta semana em Brasília, a Organização das Nações Unidas (ONU) lançou o Relatório Mundial sobre Desenvolvimento dos Recursos Hídricos 2018. O documento revela estratégias que a ONU realiza para evitar problemas nos próximos anos. A avaliação é que a demanda hídrica mundial esteja em torno de 4.600 quilômetros cúbicos por ano, e a estimativa é que esse número possa crescer 30% até 2050.

Para entender melhor, uma piscina olímpica que meça 50 metros de largura por 25 de comprimento e possua, dois metros e 20 de profundidade, tem um volume total de 2 milhões e 750 mil litros de água. Isso significa que a demanda hídrica global de 4.600 quilômetros cúbicos seria suficiente para encher mais de 1.672 piscinas olímpicas ao mesmo tempo.

O objetivo da ONU, juntamente com a Unesco, é utilizar as soluções básicas da natureza (SbN) para contribuir com o aperfeiçoamento da gestão de água. De acordo com o relatório, essas soluções geram benefícios sociais, econômicos e ambientais, incluindo a saúde da população e a produção sustentável.

De acordo com o diretor de Terras e Águas da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), Eduardo Mansur, o Brasil é um excelente local para que essas ideias sejam implantadas e tem capacidade para se tornar referência em assuntos hídricos.

“Imagina para nós brasileiros, que temos a maior bacia hidrográfica do mundo, que temos que conservá-la e saber usá-la de forma sustentável, como é importante mostrar para o mundo que se pode usar a água de uma maneira sustentável respeitando a natureza, e muitas das soluções, são necessárias para guardar a água”, opinou.
Escassez

Atualmente, estima-se que um bilhão e oitocentas mil pessoas no mundo sofrem com a degradação ou desertificação, o que demonstra o tamanho da escassez da água e a importância dessa nova alternativa com as soluções básicas da natureza.

Segundo o secretário de Agricultura do Distrito Federal, Argileu Martins, existem mais de 54 milhões de plantações no Brasil. Menos de seis milhões, no entanto, são irrigadas. Além disso, ele comenta que o agricultor contribui, e muito, para uma melhor qualidade da água.

Na visão de Argileu, as nascentes e os córregos dos rios de propriedades rurais têm um percentual devidamente preservado com a sua mata ciliar, o que é exigido pelo Código Florestal.
“De qualquer forma, nós temos que entender que a agricultura quando devolve água para natureza, devolve água limpa. E isso é muito importante. Lembrando também, que além de produzir alimentos, são os produtores rurais que produzem água”, comenta o secretário.

O Fórum Mundial da Água segue até o dia 23 de março. Pela primeira vez, em sua oitava edição, o evento tem um país do hemisfério Sul como anfitrião. O evento é organizado pelo Conselho Mundial da Água. Um dos pavilhões é aberto ao público e apresenta atividades que conscientizam os participantes.

(Foto: Divulgação)