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Pais do bebê Charlie desistem de processo por tratamento

O bebê sofre de miopatia mitocondrial, uma síndrome genética raríssima e incurável,

Em 24/07/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Os pais do bebê britânico Charlie Gard vão discutir com o Great Ormond Street Hospital como e quando as máquinas que mantém a criança viva serão desligadas.

Nesta segunda-feira (24), o casal Chris Gard e Connie Yates retiraram seu apelo às autoridades judiciais britânicas para que o bebê fosse mantido vivo com a ajuda de aparelhos e para que sua transaferência aos EUA - onde ele seria submetido a um tratamento experimental - fosse autorizada.

O bebê sofre de miopatia mitocondrial, uma síndrome genética raríssima e incurável que provoca a perda da força muscular e danos cerebrais e, há poucas perspectivas de tratamento para a enfermidade.

Falando na Suprema Corte o advogado da família Grant Armstrong afirmou que os exames mostram que o dano sofrido pela criança é irreversível. "Para Charlie é muito tarde, o tempo acabou. Ele sofreu danos musculares irreversíveis e o tratamento não pode mais ser bem sucedido."

"Charlie esperou pacientemente pelo tratamento. Por causa do atraso, essa janela de oportunidade foi perdida", criticou. A mãe do bebê disse que ele poderia ter tido uma vida normal, caso o tratamento tivesse sido autorizado antes.

O julgamento desta segunda reuniu uma série de manifestantes em Londres, com balões e cartazes de apoio à família de Charlie.

O caso de Charlie atraiu atenção internacional depois que a Corte Europeia de Direitos Humanos (CEDH) apoiou a decisão de instâncias inferiores no Reino Unido, e determinou que os aparelhos que mantém Charlie vivo deveriam ser desligados, mesmo contra a vontade de seus pais.

O Papa Francisco fez apelos sobre o caso e o presidente dos EUA, Donald Trump, chegou a afirmar que os EUA ficariam felizes em ajudar Charlie e sua família. Na semana passada, um comitê do Congresso americano chegou a aprovar uma emenda para conceder o status de residente permanente para a criança e sua família, para que ele pudesse receber o tratamento nos EUA.

Um hospital infantil ligado ao Vaticano também se manifestou, dizendo que estava em contato com a família para transferir o bebê para a Itália.

(Foto: REUTERS/Peter Nicholls)