ECONOMIA NACIONAL

Para Gerdau, pior já passou, mas curto prazo ainda será difícil no País.

Para o executivo o pior á passou, mas a retomada só deve vir em cerca de um ano.

Em 26/10/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O CEO da Gerdau, André Gerdau Johannpeter, enxerga sinais de recuperação do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e do setor siderúrgico, mas avalia que o curto prazo ainda será difícil para a indústria. Para o executivo "o pior provavelmente já passou", mas a retomada só deve vir em cerca de um ano.

"Já se vê os sinais (de retomada). A questão é quando. Acredito que os próximos seis a oito meses ainda serão difíceis", disse em painel no 57º Congresso da Associação Latinoamericana do Aço (Alacero), no Rio.

Como fatores positivos, o executivo citou a aprovação de medidas como a PEC do Teto de Gastos na Câmara, projetos de infraestrutura, a queda da inflação e a melhora dos indicadores de confiança, mas destacou que, na prática, isso ainda não se refletiu nos números da economia. "O curto prazo ainda vai ser difícil, mas em um ano com certeza já veremos crescimento e retomada no Brasil. Há uma mudança importante acontecendo no Brasil", afirmou.

Uma estimativa

Gerdau mencionou uma estimativa de alta de 1,3% a 1,5% do País para o próximo ano, com base em dados do Boletim Focus do Banco Central. Segundo o executivo, a correlação com o setor siderúrgico é de 2,3 vezes de crescimento em relação ao PIB nacional. A estimativa é que ao fim deste ano o consumo aparente - que inclui vendas internas e importações - do setor terá despencado 36% desde 2013, para 18 milhões de toneladas por ano. "Esperamos uma retomada desses números que caíram tanto nos últimos quatro anos", afirmou.

Gerdau se mostrou otimista com a capacidade do novo governo em aprovar medidas no Congresso. Além da PEC do Teto, ele considera reformas como a da previdência, trabalhista e tributária cruciais para recuperar a economia e a indústria. Ele destacou a preocupação com a perda de participação da indústria no PIB. O porcentual chegou a 11,4% em 2015, mas já foi de 35,9% no fim dos anos 80. "A preocupação é quanto mais vai cair", disse.

O presidente da Gerdau preferiu não comentar dados da companhia, alegando estar em período de silêncio prévio à divulgação de resultados.

O Estado de São Paulo