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Pentágono indenizará vítimas de ataque a hospital de Kunduz.

Fechamento de hospital terá graves consequências para a população civil.

Em 11/10/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O Pentágono anunciou neste sábado (10) que indenizará os familiares dos mortos e os feridos no ataque aéreo americano contra o hospital da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) em Kunduz, no Afeganistão.

"Uma medida que o departamento deve adotar é indenizar os civis não combatentes feridos e os familiares dos civis não combatentes mortos como resultado das operações militares americanas", disse o porta-voz do Pentágono Peter Cook.

Segundo o porta-voz, as forças americanas no Afeganistão têm autoridade para indenizar os prejuízos causados ao hospital.

'Foi um choque', diz

O ataque americano contra o hospital da MSF em Kunduz matou 22 pessoas, entre pacientes e pessoal médico da organização humanitária. Em entrevista ao G1, o médico brasileiro Alexandre Fonseca Santos, que em 2013 dirigiu o hospital bombardeado, disse que ficou chocado com o ataque.

Na quarta-feira, o presidente americano, Barack Obamam, apresentou suas desculpas à Médicos Sem Fronteiras pelo bombardeio contra o hospital.

As Forças Armadas americanas ofereceram várias explicações sobre o ataque aéreo, inicialmente considerado um "dano colateral", e depois reconhecido como um "erro".

"Nunca apontaríamos intencionalmente contra uma instalação médica protegida", afirmou, no último dia 6, o general John Campbell, principal comandante americano no Afeganistão.

Maior perda de vidas
No dia do bombardeio, os MSF afirmaram em nota que todas as partes envolvidas no conflito no país foram informadas sobre a localização precisa de seu hospital e de outras instalações do grupo. Segundo a ONG, o bombardeio representou a maior perda de vidas em um ataque aéreo para a organização.

Todos os funcionários foram retirados do hospital após o ataque. "Nossos pacientes queimaram em seus leitos. (...) Nossos colegas tiveram que realizar cirurgias uns nos outros. Um de nossos médicos morreu numa mesa de cirurgia improvisada – uma mesa de escritório – enquanto seus colegas tentavam salvar a sua vida", relatou, em um discurso enviado à imprensa, a presidente internacional dos MSF, Joanna Liu.

A organização defende uma investigação "independente e imparcial" do episódio, que considera ter sido um crime de guerra. "Nós não podemos depender apenas de investigações militares internas realizadas pelas forças dos Estados Unidos, da Otan e do Afeganistão", afirmou Joanna Liu em discurso.

Fonte: AFP