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Petroleiros rejeitam oferta de reajuste da Petrobras; greve é possível.

Na proposta, a Petrobras também ofereceu para aplicar reajuste de 4,97%.

Em 17/09/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Rio de Janeiro - As federações que representam os funcionários da Petrobras rejeitaram fortemente na sexta-feira uma proposta feita pela companhia para um acordo salarial e de benefícios, em sua negociação anual, aumentando o risco de uma nova greve.

Líderes da Federação Única dos Petroleiros (FUP), que representa 14 sindicados, afirmaram que os termos apresentados quebraram um acordo feito em novembro do ano passado, realizado para dar fim a uma greve, que teve o maior impacto em 20 anos.

De acordo com a legislação trabalhista brasileira, os trabalhadores têm o direito de renegociar salários e benefícios a cada ano, em datas específicas.

A Petrobras

A Petrobras, que está lutando para manter investimentos mínimos, uma vez que tenta gerir a maior dívida na indústria do petróleo global, ofereceu um aumento de 4,97 por cento na remuneração mínima de nível e regime (RMNR) para os trabalhadores com remuneração até 9 mil reais.

Para quem ganha acima de 9 mil reais, a Petrobras ofereceu aplicar um valor fixo de 447,30 reais na tabela da RMNR.

Além disso, a empresa também quer cortar pagamentos de horas extras e turnos de trabalho regulares.

"A proposta apresentada pela Petrobras é afronta aos trabalhadores", disse o coordenador da FUP Jose Maria Rangel, em um comunicado. "Nada vai garantir as nossas reivindicações, a manutenção do nosso salário, se não for a luta. A FUP e seus sindicatos darão uma resposta dura."

A greve

A greve do ano passado foi em grande parte contra os planos da Petrobras de vender cerca de 15 bilhões de dólares de ativos entre 2015 e 2016 e reduzir as operações em pequenos campos em terra.

Na proposta, a Petrobras também ofereceu para aplicar reajuste de 4,97 por cento para o plano de saúde e do benefício farmácia.

Deyvid Bacelar, um líder da FUP e ex-representante dos funcionários no Conselho de Administração da Petrobras, disse à Reuters que a possibilidade de uma greve neste ano é cada vez mais provável.

O salário

"Como no ano passado, o salário não é a coisa mais importante", afirmou Bacelar, explicando que os gestores da empresa estão usando a venda de ativos para privatizar secretamente Petrobras.

"Eles estão usando os problemas financeiros como uma desculpa, e nós não vamos tolerar isso."

A Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), que representa outros cinco sindicatos da Petrobras, também rejeitou fortemente a proposta.

Reportagem de Jeb Blount e Marcelo Teixeira, reportagem adicional de Marta Nogueira/Reuters