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PF investiga suposta compra de votos em posto de combustível.

Posto é suspeito de dar combustível a carros com adesivo de candidatos.

Em 30/09/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Um posto de gasolina é investigado por distribuir combustível “com finalidade eleitoral”, o que caracteriza compra de votos, na Serra, Grande Vitória. A Polícia Federal cumpriu um mandado de busca e apreensão nos estabelecimento nesta sexta-feira (30) e quatro pessoas, incluindo o gerente do estabelecimento, foram conduzidas para prestarem esclarecimentos.

Equipes de policiais descaracterizados revelaram que, rotineiramente, veículos com adesivos de candidatos abasteciam sem que fossem realizados qualquer pagamento e mediante apresentação uma espécie de “vale” ou “requisição de abastecimento”, recebida pelo frentista sem qualquer questionamento, indicando ser a prática previamente ajustada.

A Polícia Federal apreendeu o sistema de monitoramento por imagens da movimentação no pátio de abastecimento e documentos que evidenciam a prática reiterada de abastecimentos por veículos que ostentam adesivos de propaganda eleitoral.

Uma análise preliminar dos documentos apreendidos indica que foram utilizados “laranjas”, em nome dos quais eram emitidos os cupons fiscais decorrentes do combustível vendido a alguns candidatos a cargos eletivos, dois deles já identificados.

A distribuição de combustível ou qualquer produto com finalidade eleitoral pode caracterizar o crime “compra de votos”, previsto no artigo 299 do Código Eleitoral, cuja pena máxima prevista é de 4 anos de reclusão, e também pode ser aplicada a quem recebe, sem prejuízo das consequências eleitorais.

A utilização de dados pessoais de “laranjas” para emissão “cupons fiscais” pode caracterizar a falsidade ideológica, prevista no artigo 299 do Código Penal, com pena máxima de 5 anos de reclusão, além de constituir forte indício da prática de “Caixa 2” e fraudes nas prestações de contas eleitorais.

Os “suspeitos”, em especial os candidatos supostamente beneficiados, serão identificados e chamados à Superintendência da Polícia Federal.

Nos últimos dias a Polícia Federal intensificou os trabalhos de investigação e repressão aos crimes eleitorais, havendo diversas equipes caracterizadas e descaracterizadas realizando investigações ostensivas e sigilosas em todo o Espírito Santo.

Fonte: g1-ES