TEMAS GERAIS

Pichações racistas são encontradas em banheiro da Unesp em Bauru(SP).

Universidade informou que vai abrir processo para apurar o caso.

Em 25/07/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Banheiros do campus da Unesp em Bauru (SP) foram pichados com citações racistas. A ação, descoberta na sexta-feira (24) pela administração do campus, foi contra as mulheres negras e também contra o coordenador do núcleo negro da universidade para a pesquisa.

Nas paredes de banheiros masculinos foram escritas frases de ofensa às mulheres negras e também ao professor Juarez Tadeu de Paula Xavier, coordenador do Núcleo Negro Unesp para a Pesquisa e Extensão (Nupe) e também chefe de comunicação da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação da Unesp.

O professor enviou as fotos dos escritos racistas para a produção do TEM Notícias e falou sobre as agressões verbais. “É lamentável essa situação justamente agora que estamos criando condições para possibilitar a presença maior da diversidade e da multiculturalidade dentro da universidade. Nós somos a universidade aqui do estado de São Paulo que adotou as cotas para negros, pardos e indígenas, além dos estudantes de escolas públicas, então deve aumentar a miscigenação dentro da universidade, então dentro desse contexto uma atitude dessa é muito negativa”, declara.

As ofensas também falavam das mulheres negras que estudam na universidade. “A gente tem um fato que possa explicar essa agressão. Muitos coletivos foram criados nos últimos dois anos na universidade, de mulheres, homoafetivos, negros, que promovem debates sistemáticos, semanais, com o objetivo de tentar diluir o preconceito contra esses grupos dentro da universidade, então eu acredito que a emergência desses grupos possa ter estimulado esse tipo de atitude”, afirma Juarez.

A Unesp divulgou uma nota sobre o assunto. No texto, a universidade informa que repudia as pichações racistas feitas na sua Unidade em Bauru contra as mulheres negras da instituição, o Coletivo Afrodescendente e o coordenador do Núcleo Negro Unesp para a Pesquisa e Extensão. Trata-se de um ato contra o Estado Democrático de Direito, a população afrodescendente e a política de inclusão adotada pela Unesp.

Informou ainda em outro trecho da nota, que a Universidade conta com um Grupo de Prevenção da Violência que atua na conscientização da comunidade e no fomento aos Direitos Humanos e que na segunda-feira (27), a direção da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação da Unesp inicia o processo de averiguação dos fatos, que inclui levantamento de informações e obtenção de nomes, datas e horários que possam resultar em provas substanciais de comprovação de responsabilidades da infração ao Regimento Geral da Unesp, o que pode levar às sanções previstas no artigo 162, que vão da advertência verbal ao desligamento dos responsáveis da instituição.

Fonte: G1