EDUCAÇÃO

PMV garante fim da greve, mas sindicato diz que não

Convocação foi feita através do Diário Oficial.

Em 24/04/2018 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

A prefeitura de Vitória garantiu, nesta segunda-feira (23), que a greve de professores da rede municipal já foi encerrada e todas as escolas estarão funcionando normalmente que nesta terça-feira (24). Mas o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Espírito Santo (Sindiupes) disse que ainda vai decidir o que fazer em assembleia.

Por meio do Diário Oficial do município de sexta-feira (20), a prefeitura convocou os professores que estão em greve a retornarem imediatamente às atividades. De acordo com o documento, a pena em caso de descumprimento é a instauração de processo administrativo disciplinar por abandono de cargo.

Em uma escola de Vitória, um cartaz foi colocado por servidoras anunciando a volta das aulas nesta terça.

Os professores da rede municipal de Vitória entraram em greve no dia 26 de março. Segundo o diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Espírito Santo (Sindiupes), Dimitri Barreto, eles pedem a reposição da inflação desde 2014, plano de cargos e salários, liberação para fazer mestrado e doutorado, além de melhoria na estrutura das escolas.

Algumas propostas já foram feitas pela prefeitura, mas, de acordo com o sindicato, elas não atendem à reivindicações da categoria. “A categoria, em assembleia, decidiu não aceitar essa proposta entendendo que ela já é um direito da categoria”, disse.

Sobre a convocação feita no Diário Oficial, Dimitri disse que o sindicato vai se reunir em assembleia nesta terça-feira (24), e que as medidas cabíveis serão tomadas.

“O sindicato vai agir dentro do limite das suas responsabilidades, vai recorrer, como recorreu da ilegalidade da greve, e atender aos seus filiados e associados no que for possível dentro do limites da lei”, disse.

Apoio de pais e mães

Os pais dos alunos querem a volta das aulas, mas alguns também apoiam os professores. Um grupo foi formado por apoiadores, que também querem melhorias na educação.

“Nós estamos nos organizando para dar apoio às demandas apresentadas pelo movimento de greve e para pensar a qualidade do trabalho dos professores no próprio espaço escolar. Por meio do conselho de escola, tem sido debatida a reposição das aulas. Entendemos que esses dias letivos vão contar com reposição e a nossa reivindicação é dialogar, e não confrontar esse direito a greve dos professores”, disse Maria Carolina Roseiro, mãe de aluno.

Para Mariléia Tenório, também mãe de aluno, o direito de greve dos professores é legítimo e deve haver diálogo entre todas as partes.

“Todos nós queremos uma educação boa, a greve não é o objetivo de ninguém, a gente reconhece que altera a rotina, mas infelizmente ela é necessária, porque essa negociação poderia ter sido feita. Há quatro anos que os professores vêm tentando conversar e não tem sido escutados”, disse Mariléia Tenório, mãe de um aluno.

(Foto: Oliveira Alves/ TV Gazeta)