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Polanski ameaça processar Academia do Oscar após expulsão

Condenado por agressão sexual, diretor perdeu o título de membro da Academia.

Em 10/05/2018 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O diretor franco-polonês Roman Polanski, 84, ameaça processar a Academia de Cinema dos Estados Unidos, afirmando que sua expulsão é ilegal porque ele foi privado de uma audiência justa.

O advogado do cineasta em Los Angeles Harland Braun indicou que o organismo encarregado dos Oscar não seguiu o procedimento adequado para expulsá-lo.

"Não estamos aqui contestando os méritos da decisão, mas o desconhecimento de seus padrões de conduta, assim como a violação da lei da Califórnia", apontou Braun na carta enviada ao presidente da Academia, John Bailey, à qual a France Presse teve acesso.

Ele argumentou ainda que o ganhador do Oscar "reconheceu sua responsabilidade legal e moral" pela agressão sexual em 1977 contra Samantha Geimer, então com 13 anos, e que ela aceitou suas desculpas e inclusive apareceu no tribunal para apoia-lo.

Na semana passada, o conselho da Academia das Artes e Ciências Cinematográficas decidiu expulsar Polanski, assim como Bill Cosby, culpado de drogar e agredir sexualmente uma mulher em 2004.

Braun indicou que a única notificação que Polanski recebeu foi uma carta sem assinatura informando-o de sua expulsão.

"Espero que a Academia entenda que Polanski só pede uma audiência justa para apresentar seu lado da história neste assunto, que também fornecerá aos membros que apoiam sua expulsão um fórum para debater seu posicionamento."

A Academia não respondeu imediatamente a um pedido para comentar o assunto.

'Assédio'

Na sexta-feira (4), o advogado polonês de Polanski, Jan Olszewski, qualificou a expulsão de "assédio" e "maltrato psíquico".

O cineasta, que mora na França, causou polêmica nesta semana ao qualificar o movimento #MeToo, contra a cultura sexual em Hollywood, de "histeria coletiva" e "hipocrisia" em uma entrevista à revista "Newsweek Polska".

(Foto: AFP)