ECONOMIA NACIONAL

Poupança perde R$ 1,67 bilhão em fevereiro.

Apesar de negativo, retirada foi bem menor que as registradas em fevereiro de 2015 e 2016.

Em 06/03/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

A caderneta de poupança continuou perdendo recursos em fevereiro de 2017, mas em menor proporção do no mesmo mês dos últimos anos. Segundo informações divulgadas pelo Banco Central nesta segunda-feira (6), as retiradas da poupança superaram os depósitos em R$ 1,67 bilhão em fevereiro.

Em fevereiro de 2015 e de 2016, respectivamente, a mais tradicional modalidade de investimentos do país havia perdido, respectivamente, R$ 6,26 bilhões e R$ 6,63 bilhões. O resultado do mês passado foi o melhor, para meses de fevereiro, desde 2014 - quando a poupança registrou ingresso de R$ 1,85 bilhão.

Nos dois primeiros meses deste ano, ainda segundo dados oficiais, a poupança registrou uma perda de R$ 12,4 bilhões, o que representa queda em relação a retirada de R$ 18,67 bilhões registrada no mesmo período do ano passado.

Em todo ano de 2016, R$ 40,7 bilhões deixaram a poupança. O resultado foi o segundo pior da série histórica, que começa em 1995, atrás apenas de 2015, quando saíram da poupança R$ 53,5 bilhões.

A saída de recursos da caderneta de poupança acontece em um momento de baixo nível de atividade econômica, com aumento do desemprego e inadimplência em patamar elevado. Além disso, a poupança também tem registrado baixo rendimento frente a outras aplicações financeiras.

Saldo da poupança

Com a entrada líquida de recursos, o volume total aplicado na poupança no fim do mês de fevereiro, ou seja, o estoque da caderneta, registrou alta.

No fim de dezembro de 2016, o saldo da poupança estava em R$ 664,9 bilhões. Ao fim de, janeiro de 2017, recuou para R$ 658,5 bilhões e, em fevereiro, avançou para R$ 660,65 bilhões.

No último mês, os rendimentos creditados nas suas contas, que também contribuem para o aumento do estoque de recursos depositado na poupança, somaram R$ 3,75 bilhões.

Rendimento

O rendimento da poupança também tem contribuído para a retirada de recursos na parcial do ano. Enquanto o rendimento dos fundos de renda fixa sobe junto com a Selic (a taxa básica de juros determinada pelo Banco Central), o das cadernetas fica limitado a 6,17% ao ano mais a variação da Taxa Referencial (TR) quando a Selic está acima de 8,5% ao ano.

 

Segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), como a Selic está em 12,25% ao ano, as aplicações em renda fixa, como fundos de investimento, ganham mais atratividade porque o rendimento fica acima do da poupança na maioria das situações. A poupança continua atrativa somente para fundos com taxas de administração acima de 2,5% ao ano.

No ano passado, de acordo com a Economatica, a caderneta de poupança rendeu 8,3% e foi maior que a inflação do período, de 6,29% (com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, a inflação oficial). Foi o melhor resultado desde 2009, quando o ganho foi de 2,63%. Mesmo assim, a poupança perdeu para a Bovespa (30,72% de rentabilidade, descontada a inflação) e para a renda fixa, representada pelo CDI, que teve ganho real de 7,25% em 2016.

Analistas avaliam que o Tesouro Direto, programa que permite que pessoas físicas comprem títulos públicos pela internet, via banco ou corretora, sem necessidade de aplicar em um fundo de investimentos, também pode ser uma boa opção para os investidores. O programa tem atraído a atenção de aplicadores nos últimos anos.

Quando a poupança pode ser atrativa

Apesar do baixo rendimento, especialistas avaliam que a caderneta de poupança ainda pode ser uma boa opção, mas somente em poucos casos. Por exemplo: para pequenos poupadores (com pouco dinheiro guardado), para pessoas que buscam aplicações de curto prazo (poucos meses) ou que procuram formar um "fundo de reserva" para emergências.

A vantagem da poupança em relação a outros investimentos é que não incide Imposto de Renda sobre a aplicação.

Nos fundos de investimento, ou até mesmo no Tesouro Direto (programa do governo de compra de títulos públicos pela internet) há cobrança do IR e, na maior parte dos casos, de taxa de administração. Nos fundos de investimento e no Tesouro Direto, o IR incide com alíquota regressiva, ou seja, quanto mais tempo os recursos ficarem aplicados, menor é o valor da alíquota incidente no resgate.