CULTURA

Premiada obra sobre abandono de menores completa 25 anos.

Crianças na Escuridão é usado em salas de aula desde o seu lançamento e segue com tema atual.

Em 27/03/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Abordar a questão dos moradores de rua e pessoas em situação de vulnerabilidade não é um assunto exatamente novo. Estima-se que o contingente da população brasileira que reside nas ruas esteja próximo dos 100 mil, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Com relação a crianças e adolescentes, os dados mais recentes da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República apontam para a existência de 24 mil jovens nessa situação no Brasil. As condições dessa população são preocupantes e o assunto já foi amplamente retratado, seja na televisão, no cinema ou na literatura.

Sé, em São Paulo. Em Crianças na escuridão (Ed. Moderna), a narrativa não linear intercala acontecimentos e sentimentos da personagem e explora temas densos como miséria, desesperança, prostituição, indiferença, violência e medo sem a intenção de poupar o leitor ou mascarar as dores dessa realidade. Por meio das reflexões de Rolinha, é possível acompanhar as dificuldades enfrentadas em sobreviver e crescer em meio à hostilidade, desconfiança e, principalmente, na incerteza das ruas. Nesse sentido, o desenvolvimento precoce e desamparado dessas crianças faz com que o leitor da obra, independente da idade, se sensibilize com o assunto.

Crianças na escuridão não é somente um retrato fiel e doloroso sobre vidas desprotegidas, mas também a porta de entrada para a discussão de temas ligados a direitos humanos e cidadania, e conscientização de leitores, principalmente os que estão em fase escolar. “Nenhum país pode ser feliz se suas crianças choram ou sofrem. Criança é tudo. Acredito que denunciando, mostrando o que acontece, posso contribuir para amenizar a incerteza do amanhã de meus personagens principais”, afirma o autor.

Após 25 anos, a obra está na sua 4ª edição, já vendeu mais de 150 mil exemplares e segue presente nas salas de aula. Ao longo de sua trajetória, Crianças na escuridão foi agraciado com reconhecimentos como Austrian Children’s Book Award – Prêmio Austríaco do Livro Juvenil (1997), Blaue Brillenschlange (Suíça, 1997) e Kinderbuchpreis der Berliner Ausländerbeauftragten (Berlim - Alemanha, 1998). Foi publicado em diversos países, como Portugal, Bélgica, Holanda, França, Alemanha e Cuba. No México, por exemplo, Crianças na Escuridão foi a obra vencedora da edição de 2017 do Concurso Internacional del Booktubers del Fondo de Cultura Económica, promovido pela casa editorial que publica o titulo no país. Além disso, os mexicanos terão a edição digital do livro ainda nesse ano.

Preço: R$ 44,00

Sobre o autor

Júlio Emílio Braz nasceu em abril de 1959. É mineiro da cidadezinha de Manhumirim, mas aos cinco anos foi morar no Rio de Janeiro, cidade que adotou como lar. É autodidata. Lê desde os seis anos e aprendeu a ler sozinho, em revistas de terror da Editora Vecchi, do Rio de Janeiro. Começou sua carreira escrevendo histórias em quadrinhos e, mais tarde, começou a escrever livros de bolso de bangue-bangue sob 27 pseudônimos diferentes. Em 1986, ganhou o Prêmio Angelo Agostini de Melhor Roteirista de Quadrinhos e, em 1988, publicou seu primeiro livro infantojuvenil, Saguairu, pela Atual Editora, que lhe rendeu o Prêmio Jabuti de Autor Revelação no ano seguinte. Hoje tem textos publicados em várias editoras do Brasil e de outros países. Escreveu roteiros para o humorístico Os Trapalhões, da TV Globo, e algumas mininovelas para um canal de televisão do Paraguai. Na Áustria, ganhou o Austrian Children Book Award, pela versão alemã do seu livro Crianças na escuridão (Kinder im Dunkeln), e pelo mesmo livro também faturou o Blaue Brillenschlange, do Swiss Institute for Children's Book.

Sobre a Moderna

A Moderna na área de Literatura desenvolve projetos para que o aluno-leitor – desde a Educação Infantil até o Ensino Médio – ative sua capacidade de compreender, analisar e refletir sobre os conteúdos estudados. Com obras de ficção, não ficção e arte, o selo disponibiliza recursos para que o professor tenha a sua disposição todas as oportunidades de ensino, tais como: um plano leitor, apresentando os níveis de dificuldade de cada livro; um projeto de leitura, sugerindo atividades criadas por especialistas; e uma assessoria pedagógica específica para a necessidade da escola. Sempre em busca de novos caminhos para a excelência de suas publicações, a Moderna Literatura, numa iniciativa inédita no mercado editorial brasileiro, trouxe, com exclusividade para seu catálogo, todas as obras do renomado autor Pedro Bandeira, criando assim um momento importante para a literatura brasileira infantil e juvenil. O sucesso desta ação foi repetido com a escritora e ilustradora Eva Furnari e com o autor Walcyr Carrasco, cronista, dramaturgo, roteirista, tradutor e adaptador de clássicos da literatura.