ECONOMIA NACIONAL

Previdência preocupa mas poucos poupam para a aposentadoria

Entre os autônomos, a cada 10 pessoas, oito não contribuem.

Em 18/12/2018 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Divulgação

Levantamento conduzido em 15 países pela seguradora Mongeral Aegon indicou, na edição de 2018 da pesquisa, que os brasileiros são os que mais se preocupam com a possibilidade de perder os benefícios da aposentadoria. Enquanto o resultado global mostra que 38% dos entrevistados têm essa inquietação, no Brasil a menção é de 54%; na segunda colocação, as mudanças do mercado de trabalho tiram o sono de 32% dos entrevistados no país. Em contrapartida, dados do Dieese apontam que a cada 10 trabalhadores autônomos, oito não contribuem com a previdência social. Na prática, há um baixo índice de pessoas que poupam para o futuro. Na análise do consultor e empreendedor serial Guilherme de Almeida Prado esse comportamento se apresenta por uma série de motivos que, quando combinamos, tornam o futuro financeiro do brasileiro uma bomba-relógio.

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No país, a educação financeira é um desafio a ser enfrentado, na opinião do consultor. “O interesse por finanças é ditado por uma situação extrema, ou seja, somente quando o problema surge. Há um baixo compartilhamento de informações sobre o tema. Além disso, não dá status social; a pessoa que poupa é vista como o que não aproveita a vida; uma pessoa sovina e desprovida de interesse pelas coisas boas da vida”, analisa, acrescentando que quem poupa tem que lidar com os pedidos de empréstimos de familiares e amigos.

Na Konkero, de janeiro a novembro deste ano, foram 13 milhões de visitas, sendo 200 mil com dúvidas sobre previdência pública e privada. Entre os internautas que acessaram para buscar informações sobre o tema, 61,3% são mulheres; na análise da faixa etária, 37% têm entre 25 e 34 anos; 22% entre 35 e 44 anos; 17% entre 45 e 54 anos; 12% entre 55 e 64 anos; e 3% com mais de 65 anos. Entre os mais jovens – com 18 a 24 anos –, o índice é de 9%.

Motivos

Entre os motivos para a baixa adesão, sobretudo de autônomos, Almeida Prado enumera quatro razões. Em primeiro lugar, a dificuldade de recolher recursos: o contribuinte tem que preencher guia; buscar códigos; calcular – algo que não é trivial. Em segundo, a falta de informação. Diferente do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) – que emite um extrato com o saldo – a previdência não deixa claro esse saldo, fazendo com que o brasileiro não saiba quando vai se aposentar; quais recursos já poupou. Na avaliação do consultor, o brasileiro não sabe o que ganha com isso!

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O terceiro motivo está no fato de o governo não lembrar aos que não estão contribuindo; seria um extrato com um lembrete para tornar mais palpável todo o processo de contribuição. E, por último, o brasileiro só descobre os erros que cometeu no recolhimento quando solicita a aposentadoria, ou seja, não há uma correção gradativa dos eventuais enganos cometidos – sobretudo de valores. “Todos os quatro motivos fazem com que os brasileiros fiquem mais desconfiados do processo. A ideia de contribuir em um carnê e um dia se aposentar é muito distante. E, mesmo os que aderem a contribuição se ressentem de um processo tão complexo e burocrático”, afirma.

Dicas para poupar para a aposentadoria

Na percepção de Guilherme de Almeida Prado, o ideal é ter uma reserva adicional, além da aposentadoria do INSS, para garantir uma velhice tranquila. Nesse contexto, o plano de previdência privada é uma boa alternativa, mas deve ser analisado e escolhido sem pressa. “Compare bem as opções disponíveis, pois essa será uma decisão de muitos anos. Procure escolher planos de previdência de instituições sólidas; fuja de planos de previdência que cobram taxa de carregamento – que é um dinheiro que você paga assim que aplica o dinheiro. Hoje em dia já existem muitas opções que não cobram nenhuma taxa de carregamento”, afirma, acrescentando que o ideal é procurar planos de previdência com taxas de administração menores. “Quanto maior a taxa de administração, mais dinheiro será tirado do plano para pagar o banco. O ideal é comparar o histórico de rentabilidade e o risco dos planos de previdência. Histórico de boa rentabilidade não é garantia de boa rentabilidade futura, mas é um indicativo”, avalia.

De acordo com o consultor é comum os melhores fundos de previdência exigirem um investimento inicial maior. Nesse caso, se a pessoa não tem todo o dinheiro necessário, pode investir em outra aplicação até atingir o mínimo necessário. “O Tesouro Selic pode ser uma alternativa interessante. Se o investidor já começou a poupar para aposentadoria, excelente! Aí o próximo passo é ir atrás de seguros para o patrimônio. Acidentes de carro, incêndios de residência, internações hospitalares, tudo isso são surpresas que estamos sujeitos e que, se acontecerem, vão acabar ou reduzir muito a reserva financeira. Por isso, é fundamental pensar em começar a ter seguros de patrimônio, saúde, entre outros”, finaliza.