POLÍTICA INTERNACIONAL

Primeiro-ministro turco nega espírito de vingança contra golpistas.

O presidente Recep Tayyip Erdogan afirmou que aceitaria a volta da pena de morte no país.

Em 19/07/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, negou nesta terça-feira (19) a existência de um "espírito de vingança" contra os autores do frustrado golpe de Estado de sexta-feira, alegando respeitar o Estado de direito.

"Ninguém pode ter um espírito de vingança (...) uma coisa assim é absolutamente inaceitável no Estado de direito", declarou Yildirim em Ancara.

"Hoje precisamos de unidade", completou Yildirim, após uma reunião com o líder do principal partido de oposição.

O chefe de Governo turco fez as declarações depois da divulgação de imagens que parecem mostrar pessoas que não aceitaram a tentativa de golpe agredindo soldados já rendidos.

"Transmiti minha preocupação ao primeiro-ministro. Sobretudo acredito que os atos violentos contra soldados que apenas obedeceram ordens são injustos", declarou Kemal Kiliçdaroglu, líder do Partido Republicano do Povo (CHP), principal partido de oposição.

O presidente Recep Tayyip Erdogan afirmou na segunda-feira que aceitaria a volta da pena de morte no país se o Parlamento turco aprovar a medida.

Milhares de militares e juízes foram detidos após a intentona golpista, entre eles 118 generais e almirantes, segundo a agência de notícias pró-governo Anadolu.

Um tribunal de Ancara determinou a prisão preventiva de 26 generais do exército, acusados de participação na tentativa de golpe contra o presidente Erdogan, indicou a agência de notícias.

Entre os detidos está o general Akin Ozturk, que de acordo com parte da imprensa teria sido o cérebro da intentona. Ele nega as acusações.

Os militares foram detidos após uma audiência que terminou na segunda-feira à noite, segundo a agência. Depois foram enviados para a prisão à espera do julgamento, que ainda não tem data marcada.

Eles são acusados, entre outros crimes, de tentativa de derrubar a ordem constitucional, de liderar um golpe armado e tentativa de assassinato do presidente.

Em um texto apresentado ao tribunal, o general Akin negou ter liderado a tentativa de golpe.

"Não sou a pessoa que planejou ou liderou o golpe. Não sei quem o fez", afirmou Akin, de acordo com a Anadolu.

Após a tentativa de golpe de sexta-feira, o governo turco intensificou os expurgos com a demissão de milhares de policiais e a detenção de militares e membros da magistratura, apesar da promessa de respeitar a lei para tranquilizar os países aliados.

AFP