CIDADE

Produção de café é ameaçada pela seca em Vila Valério, ES.

Volume de chuva é 70% menor que no ano de 2014.

Em 19/10/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

A produção de café em Vila Valério, na região Noroeste do Espírito Santo, está ameaçada por conta da seca que atinge o estado. Com o volume de chuva 70% menor que no ano de 2014, o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) estima que haja uma queda de 10% na produção.

O que parece ser apenas uma poça de água é o que restou do rio São José, o mais importante do município. Falta água no rio e nas barragens das propriedades rurais.

A cada dia, o nível do São José diminui, o volume de chuva está 70% menos que o do ano passado. Por conta disso, o município começou a fazer racionamento de água. Durante o dia, as bombas de irrigação ficam desligadas e apenas à noite é que os produtores podem irrigar as lavouras.

Segundo Leone Henrique Timm, técnico do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf), quem ligar a bomba de irrigação durante o dia poderá ser multado. "A resolução tem uma multa diária prevista de quase R$2.700", disse.

Racionamento
O racionamento atinge 15 cidades do estado. Sem chuva e sem água nos reservatórios, os produtores ficam sem irrigar as lavouras de café. No cafezal de Paulo Vargas Correa, as plantas estão há 20 dias em terra seca.

"Se não chover, eu vou dar uma molhadinha uma hora, quarenta minutos. Aqui, rapidinho molha. E esperar para ver a chuva, acredito que essa semana deve chover, espero", disse.

Queda
Paulo tem 10 mil pés de café conilon. Em 2014, a produção foi de 180 sacas, mas com a seca a próxima safra vai ser menor. "No presente momento, talvez caia uma porcentagem pequena, mas se continuar sem chuva vai cair uns 40%", completou.

O município de Vila Valério é o segundo maior produtor de café conilon do estado, com uma produção média de 800 mil sacas por ano.

Segundo o Incaper, a queda na produção deve ser de 10%. Os produtores esperam que a chuva venha logo, para tentar recuperar as perdas.  "Ultimamente não dá para fazer mais, porque a água já chegou em um limite que não dá mais pra fazer nada. A gente está naquela situação de que só chuva para resolver o problema que está instalado aqui na lavoura", disse o produtor Gezomar Hertel.

O técnico do Incaper, Édion Maiquel Dubberstein, explicou que a falta de água prejudica a qualidade dos grãos. "Estamos muito preocupados até o momento, esse mês de outubro será decisivo para os produtores, com o vento e a falta de chuvas, a planta começa a perder folhas. As folhas são responsáveis por dar os grãos. E sem folhas, eles acabam caindo", afirmou.


Sem previsão de chuva, os produtores se apegam na fé. Todos os dias, debaixo do sol quente, eles deixam as lavouras para pedir que a chuva volte a molhar a terra. "Se durante a novena chovesse, a gente ia acabar agradecendo, mas como isso não aconteceu, a gente continua pedindo", afirmou a produtora rural Maria Luzia Piol.

Fonte: G1-ES