NEGÓCIOS

Produtores investem na criação de peixes no ES

Espécie tem trazido mais lucro para os criadores de Castelo, no Sul do Espírito Santo.

Em 10/12/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Produtores rurais do interior de Castelo, na região Sul do Espírito Santo, resolveram diversificar a produção e investir na criação de peixes da espécie Trairão da Amazônia. Em uma propriedade de Patrimônio do Ouro, os produtores conseguiram aumentar a renda com a criação dos peixes.

“Existe uma diferença entre a traíra comum e o trairão, que a gente identifica pela abertura da parte inferior opérculo. No caso da traíra comum, essas duas aberturas se encontram uma com a outra, já no caso do trairão elas não chegam a encontrar uma com a outra na parte frontal inferior da boca, elas fazem um formato de u”, explicou o produtor Fabiano Giori.

A piscultura surgiu na fazenda como uma forma de diversificar a produção, que antes era basicamente de café. Fabiano teve a ideia e apresentou para o pai, que resolveu investir.

“Se tiver medo, não faz nada, aí eu acreditei nele e começamos devagarinho. Fomos fazendo a barragem e tudo bem feito e até hoje não deu problema. Estamos conseguindo ampliar cada vez mais”, contou Domingos Giori.

Eles conseguiram fazer barragens e reservatórios para a criação. Hoje, o quilo do trairão sai a R$ 17. O custo de produção é baixo.

“Pelo fato de ser um animal carnívoro, a gente utiliza peixes que nós chamamos de forrageiros para alimentá-los e isso faz com que você tenha um custo de produção mais reduzido e o preço de venda dessa carne é mais elevado em comparação com outros peixes, como tilápias. Então, o produtor acaba tendo um lucro maior”, contou Fabiano.

Um desafio encontrado na produção foi a temperatura. A propriedade fica em uma região de montanha, com clima frio, e para a criação de peixes é necessário calor. Por isso, Fabiano resolveu colocar tanques em uma estufa, que antes era usada para secar o café.

“Em períodos ensolarados, a gente chega com uma temperatura interna de 45ºC. Na água, a gente mantém uma temperatura de 28ºC, que para os peixes é ideal", completou Fabiano.

A maior parte da renda vem dos alevinos (peixes recém saídos do ovo) produzidos na fazenda. Eles possuem 14 espécies de peixes e por ano produzem 3 milhões de alevinos. A meta é chegar a 7 milhões por ano.

(Foto: Reprodução/ TV Gazeta)