EDUCAÇÃO

Quase 5 mil alunos desistiram do curso de engenharia no ES

O ensino de engenharia no Espírito Santo tem tido altas taxas de abandono.

Em 30/09/2018 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Foto: Arquivo MEC

O ensino de engenharia no Espírito Santo tem tido altas taxas de abandono. Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), em 2017 quase 6 mil estudantes iniciaram faculdade em uma das engenharias no estado. Porém, no mesmo ano, mais de 4,8 mil alunos decidiram trancar o curso.

Seguindo a linha dos índices de evasão, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) publicou um estudo que mostra que o Brasil tem formado poucos engenheiros, e que isso prejudica o desenvolvimento tecnológico do país.

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O professor de Engenharia Mecânica da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Fernando Menandro, acredita que “o Brasil não forma engenheiros com o perfil adequado que a indústria precisa”. Ele explica que um dos motivos é o tipo de didática aplicada pelos professores, que muitas vezes não desperta nos alunos o desejo de aprender.

“Uma das principais causas, na minha opinião, da evasão que tem nos cursos de engenharia, é que eles são realmente difíceis, e com a metodologia inadequada, ficam ainda mais difíceis”, explica Menandro.

O professor acredita, também, que existe uma falha na didática do Ensino Médio, e por isso, muitos estudantes não estão preparados para encarar um curso complexo, como engenharia. Ele percebe que atualmente os estudantes são treinados para serem aprovados em um processo seletivo, e não para realmente aprender um conteúdo, que é o necessário para quem está na faculdade.

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O problema não está só no Espírito Santo, é uma preocupação nacional. De acordo com a CNI, para cada 10 mil habitantes, apenas 4,8 são graduados em engenharia. Enquanto em países mais desenvolvidos como Coreia, Rússia, Finlândia e Áustria contavam com mais de 20 engenheiros para o mesmo número de pessoas.

A diretora de inovação da CNI e superintendente nacional do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), Gianna Sagazio, explica que o mundo tem mudado de forma muito acelerada, e por isso, é importante preparar bem futuros engenheiros para que eles acompanhem o ritmo da indústria.
“Se a gente não tiver engenheiros e engenheiras preparados para os impactos dessa revolução digital, não conseguiremos ser competitivos e nem gerar qualidade de vida para a nossa população”, afirma Sagazio.

O estudo da CNI “Ensino de Engenharia: Fortalecimento e Modernização” faz parte de uma série de propostas que foram entregues para os presidenciáveis, neste ano. Para a problemática da evasão e interesse pelos cursos de engenharia, foi proposta uma melhoria no ensino e no desenvolvimento de habilidades que caminham lado a lado com o setor produtivo brasileiro.

Além dos índices baixos de estudantes que concluem o curso de engenharia, os cursos também não foram tão bem avaliados. Em 2016, 1.538 cursos foram avaliados. Destes, o INEP informou que cerca de 60% atingiram apenas a nota mínima satisfatória, e 15% ficaram abaixo desse valor. Agência Rádio Mais