CIDADE

Racionamento de água pode afetar até 1,5 mil indústrias do ES.

Empresas podem ter que suspender suas produções por falta de água.

Em 07/10/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Um total de até 1,5 mil indústrias do Espírito Santo podem ser afetadas pelas restrições de captação de água dos rios anunciadas na última segunda-feira (5) pela Agência de Recursos Hídricos do Estado (Agerh).

A situação é mais complicada em nove cidades onde a captação foi totalmente suspensa por 15 dias, exceto para o abastecimento humano. São locais onde as empresas podem ter que suspender suas produções por falta de água, como explicou o diretor de planejamento e gestão hídrica da Agerh, Robson Monteiro, em entrevista para a Rádio CBN Vitória.

Um exemplo é uma usina de álcool em Conceição da Barra, no Norte do estado, como relatou o secretário de Agricultura, Octaciano Neto. “É uma empresa que depende de água para sobreviver. Se está proibida de captar, para”, relatou, acrescentando que este é “um momento crítico que demanda um esforço coletivo”, disse.

As empresas instaladas nos demais 69 municípios também vão sofrer com as restrições e terão que adequar suas produções. Nestas cidades, a captação de água para uso industrial deverá ser feita à noite, entre as 18h e as 5h.

“Algumas vão poder fazer suas captações, mas vão ter que adaptar o horário, outras vão ter que repensar sua forma de produzir”, ponderou Monteiro, se referindo àquelas empresas que precisam captar água durante todo o dia.

Objetivo
As medidas fazem parte de duas resoluções da Agerh publicadas nesta terça-feira (6) no Diário Oficial. Elas trazem ainda a orientação para que as companhias e serviços autônomos de abastecimento adotem medidas para a redução do volume de água fornecido para grandes empresas, como é o caso da mineradora Vale.

Segundo Octaciano Neto, a orientação é que a redução do fornecimento seja negociada com cada empresa. “Não vão parar as empresas”, disse.

A partir de quinta-feira (8), o comitê hídrico do governo vai a municípios como Ecoporanga, São Mateus, Pinheiros e Conceição da Barra para ver a situação das indústrias e produtores que têm restrição do uso da água. E vai ser divulgada uma nova resolução com o nome dos rios onde não se pode captar água.

O objetivo das restrições, segundo Monteiro, é evitar a falta de água no estado, cujos rios atingiram o volume crítico de água. Elas poderão ser revistas se houver mudanças no cenário de chuvas.

As empresas que não cumprirem as determinações podem ser alvo de multas. As maiores podem ser aplicadas nas cidades onde há proibição de captação. As multas diárias podem variar de R$ 2.687 a R$ 268.710. Haverá ainda fiscalizações realizadas por uma equipe composta por representantes de vários órgãos.

Fonte: G1-ES