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Região da Cracolândia ganha tenda para atender usuários de drogas.

Eles serão avaliados no local para decidir sobre internações, segundo a prefeitura.

Em 27/05/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

A Prefeitura de São Paulo montou na sexta-feira (26) uma tenda que será utilizada para atender usuários de drogas na região da Cracolândia. A estrutura foi levantada no mesmo dia em que a Justiça autorizou a administração municipal a apreender viciados e submetê-los a exames.

A tenda foi montada na esquina da Rua Helvétia com a Alameda Cleveland, no Centro, ao lado prédio da Unidade Recomeço Helvétia. Até a semana passada, o local estava lotado de usuários de drogas. Com a megaoperação da polícia, realizada no último domingo (21), os usuários se deslocaram para outras regiões do Centro, principalmente a Praça Princesa Isabel.

Os usuários serão levados para as tendas onde serão atendidos por uma equipe multidisciplinar que fará a avaliação inicial se precisam ou não serem internados. Os dependentes da região que quiserem receber tratamento também poderão ir para o local. De acordo com a Prefeitura, a tenda montada é um Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD) e terá dois psquiatras 24 horas por dia.

Neste sábado (27), as equipes médicas da Prefeitura ainda não apreenderam os usuários, apesar da decisão favorável da Justiça. Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura, o dia será de reuniões para definir como serão feitas as abordagens. Nesta manhã, dois usuários procuraram atendimento por conta própria e serão levados para hospitais psiquiátricos.

"Se eu considerar hoje que lá [Cracolândia] temos 600 pessoas, estou falando em 200 pessoas com problemas psiquiátricos, das quais em torno de 80 a 100 pessoas vão precisar de uma condução coercitiva", afirmou o secretário municipal da Saúde, Wilson Pollara, na manhã deste sábado.

Na Praça Princesa Isabel, os usuários montaram barracas com plásticos e lonas, como as que haviam nas Ruas Helvétias e Dino Bueno.

Autorização judicial

A Justiça autorizou na noite desta sexta-feira (26) a Prefeitura de São Paulo a apreender usuários de crack e submetê-los a exames. A internação compulsória, porém, só poderá ocorrer após avaliação médica e autorização de um juiz.

A assessoria do Tribunal de Justiça (TJ) confirmou que o pedido, feito pela Prefeitura na quarta-feira, foi deferido. O processo segue em segredo de Justiça.

A decisão é válida por 30 dias, apenas para dependentes químicos maiores de 18 anos e restrita à Cracolândia e adjacências. O Ministério Público diz que irá recorrer. A decisão foi do juiz Emílio Migliano Neto, da 7ª Vara da Fazenda Pública.

A Procuradoria do Município entrou com pedido de tutela de urgência na última quarta-feira (24). O pedido foi feito após uma operação policial no último domingo (21) que prendeu 53 pessoas na região da Cracolândia.

O juiz autoriza a abordagem individualizada pelos agentes de saúde e serviço social da Prefeitura, com acompanhamento da Guarda Civil Metropolitana (GCM). A abordagem pode ocorrer quando após avaliação do psiquiatra e elaboração de laudo indicando a internação ou outro encaminhamento médico.

Se o médico concluir pela internação compulsória, a Justiça deve ser acionada. A Defensoria Pública também deve ser comunicada e um curador precisa ser nomeado.