ECONOMIA INTERNACIONAL

Reunião da OMC termina com aliança contra a China

Os Estados Unidos conseguiram convencer outros a se juntarem no ataque à China.

Em 13/12/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

A conferência da Organização Mundial do Comércio (OMC), que acontece desde domingo em Buenos Aires, chega ao fim nesta quarta-feira sem grandes definições para o Brasil, mas com um inusitado acordo internacional.

Os Estados Unidos conseguiram convencer União Europeia e Japão a se juntarem numa declaração contra países com alto caráter fabril – um ataque à China, apesar de ela não ser mencionada diretamente.

A 11ª reunião ministerial da OMC teve como pano de fundo a completa hostilidade dos Estados Unidos aos acordos comerciais multilaterais, já que o presidente Donald Trump chegou a afirmar em alguns momentos de seu mandato que a organização é um “desastre”.

Porém, o fato de a China subsidiar sua indústria e de ter excessiva capacidade de produção foram os argumentos utilizado pela União Europeia para aderir ao lado americano, alegando que a prática afeta o comércio global de forma dramática.

Práticas chinesas

A declaração afirma que práticas como as chinesas distorcem o mercado, derrubando preços e provocando demissões ao redor do mundo.

Os chineses, por sua vez, defenderam que a OMC defenda a globalização das práticas protecionistas que países como os Estados Unidos têm praticado – inclusive sob o slogan “America First”.

As polêmicas em relação à China nesta edição acabaram por esfriar as discussões sobre conceder ao país o status de economia de mercado.

Essa também foi a primeira edição do evento, que está em sua 11ª, realizada na América Latina, o que, na teoria, abria uma janela de oportunidades para  avançar a negociação de acordos entre Brasil e Argentina e para a continuidade das conversas sobre o acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia.

Até agora, nada foi nada definido, mas há expectativas de que algum anúncio possa ser feito nesta quarta-feira.

(Foto: Marcos Brindicci/Reuters)