MEIO AMBIENTE

Rio Doce tem mais 511 nascentes protegidas pelo Instituto Terra.

A Fundação Renova assumiu o compromisso de recuperar 5.000 nascentes.

Em 06/03/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O Instituto Terra finalizou em fevereiro a proteção de 511 nascentes de afluentes da Bacia Hidrográfica do Rio Doce, a partir de uma parceria com a Fundação Renova. O trabalho contempla as bacias dos rios Pancas (envolvendo os municípios de Pancas, Governador Lindenberg, Marilândia e Colatina) e Santa Maria do Doce (em Colatina), do lado do Espírito Santo, e bacia do rio Suaçuí Grande (nos municípios Itambacuri, Frei Inocêncio, Jampruca e Campanário), do lado de Minas Gerais. Trata-se de mais um importante passo dentro do objetivo da ONG ambiental de promover a revitalização dos recursos hídricos na região.

  A escolha das áreas prioritárias contou com a participação dos Comitês de Bacia envolvidos e de lideranças das comunidades locais. Ao todo, 217 produtores rurais foram atendidos com o isolamento dos olhos d'agua em suas propriedades, a partir da construção de cercas. Utilizando parte da metodologia do Programa Olhos D’Água do Instituto Terra, o projeto desenvolvido com o patrocínio da Fundação Renova tem ainda como próximos passos a implantação de uma fossa séptica por unidades rural até o proximo mês de agosto, bem como realização de plantios com mudas de espécies de Mata atlântica na área de entorno das nascentes na próxima estação chuvosa (entre novembro de 2017 e janeiro de 2018). 

A Fundação Renova assumiu o compromisso de recuperar 5.000 nascentes na área da Bacia Hidrográfica do Rio Doce dentro do Termo de Transação de Ajustamento de Conduta (TTAC) assinado pela Samarco Mineração, com o apoio de suas acionistas, Vale e BHP Billiton, e Governos Federal e Estaduais do Espírito Santo e Minas Gerais, e outros órgãos governamentais. O Termo define as ações de reparação, restauração e reconstrução das comunidades impactadas pelo rompimento da barragem de Fundão. A proteção de 500 nascentes até fevereiro de 2017 – cujas ações foram executadas pelo Instituto Terra – atende ao primeiro ano de recuperação solicitado no TTAC.

Sobre o Instituto Terra 

Fundado em 1998 por Lélia Deluiz Wanick e Sebastião Salgado, o Instituto Terra é uma associação civil, sem fins lucrativos, que promove a recuperação da Mata Atlântica no Vale do Rio Doce há 18 anos. Atua por meio da restauração ecossistêmica, produção de mudas nativas, extensão ambiental, pesquisa científica aplicada e educação ambiental, em municípios de Minas Gerais e Espírito Santo. Sua sede se localiza na Fazenda Bulcão, em Aimorés (MG), área reconhecida como Reserva de Patrimônio Natural (RPPN).  Trata-se da primeira RPPN criada em uma área degradada, com o compromisso de vir a ser recuperada. O Instituto Terra já  contabiliza 7,5 mil hectares de Mata Atlântica em processo de recuperação no Vale do Rio Doce e a produção de mais de 5 milhões de mudas nativas. A partir do programa de recuperação de nascentes Olhos D’Água, tem como meta proteger todas as nascentes do Rio Doce - estimadas em mais de 300 mil - nos próximos 30 anos. E mais que plantar árvores e recuperar fontes de água, desde o início os fundadores se mobilizaram para tornar o Instituto Terra em um polo irradiador de uma nova consciência ambiental, baseada na recuperação e conservação florestal, aumento da produção agrícola e melhoria da qualidade vida no meio rural. Até o momento, mais de 700 projetos educacionais já foram desenvolvidos para um público superior a 72 mil pessoas, de 176 municípios do Vale do Rio Doce. Mais informações no site www.institutoterra.org.