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Rollemberg determina volta de revista a manifestantes após ato contra PEC.

Houve 11 detidos; carros foram queimados e placas, arrancadas.

Em 30/11/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, determinou nesta quarta-feira (30) a volta imediata da revista a manifestantes em protestos na Esplanada dos Ministérios. O objetivo é evitar situações como a desta terça (29), em que 11 pessoas acabaram detidas em um ato contra a Proposta de Emenda à Constituição (55), que limita os gastos do governo pelos próximos 20 anos e foi aprovada em primeiro turno no Senado

A determinação do governador ocorreu após reunião com os chefes da Secretaria de Segurança Pública, do Corpo de Bombeiros, da Casa Militar e das polícias Civil e Militar. Antes, Rollemberg visitou o Ministério da Educação, onde móveis, computadores, cadeiras, vidraças, divisórias e caixas eletrônicos foram destruídos. Vídeo mostra o momento em que os manifestantes invadiram o prédio, tumultuando a recepção.

Com o cardeal Dom Sergio da Rocha, Rollembergviu os estragos na Catedral Metropolitana que teve estruturas de iluminação quebradas. “É lamentável, é inadmissível. Nosso desafio agora é identificar as pessoas responsáveis pela depredação para que [elas] possam ser exemplarmente punidas”, disse.

As ações para apurar danos em prédios ligados à União fica a cargo da Polícia Federal. A Polícia Civil vai investigar as situações que ocorreram em outros pontos da Esplanada, como os cinco carros danificados (sendo dois incendiados), placas de trânsito e de identificação de ministérios quebradas, luminárias arrancadas, orelhões danificados, caixas de correio detonadas e grades destruídas.

Dados preliminares da PM apontam 27 placas de sinalização amassadas ou arrancadas, três policiais feridos, 18 manifestantes encaminhados para o Hospital de Base e Hospital Regional da Asa Norte e uma agência bancária com vidros quebrados.

As equipes de segurança do governo afirmam ter feito quatro reuniões prévias com organizadores da manifestação. Para o GDF, houve infiltrados no protesto. Ao todo, foram identificados 30 grupos de manifestantes na Esplanada.

A revista de manifestantes foi intensificada durante as votações do impeachment da então presidente Dilma Rousseff. Para entrar na área da Esplanada dos Ministérios, onde fica o Congresso Nacional, manifestantes eram proibidos de levar bolsas e objetos cortantes. O material era apreendido pela Polícia Militar. No ato desta terça, pelo menos dois manifestantes foram flagrados com rojões na mochila.

Consequências do protesto
Os estragos se estenderam até para as bicicletas das estações do Itaú, que são emprestadas por meio de um aplicativo de celular. Veículos e lixeiras foram incendiados. A placa turística em frente à Catedral Metropolitana foi arrancada, e lixo e garrafas foram espalhados pelo Eixo Monumental. O trânsito para carros foi liberado da Rodoviária do Plano Piloto ao Congresso às 23h.

“Todas [as placas] foram destruídas. As placas, as luminárias dos ministérios todas foram arrancadas. Só ficou sucata”, disse fiscal do Serviço de Limpeza Urbana (SLU) Paulo Duarte. Foi necessário reforçar o número de garis, deixando sem atendimento a W3, o Setor Bancário e a Rodoviária. “Muita sujeita, muito lixo tem aqui. Tem bastante mesmo”, contou o profissional James Pereira Coimbra.

Foram mobilizados 55 garis, com dois caminhões de coleta, caminhões de caçamba e caminhões pipa. De acordo com a fiscalização, também houve danos ao asfalto. Além disso, foi necessário recolher vidros e aparelhos de ar condicionado, que foram danificados em ministérios.

O funcionário do Ministério da Cultura Apoena Pinheiro conta ter encontrado o próprio carro todo destruído. O homem diz esperar que o seguro cubra os danos. “Não tem condição de retirar ele assim, agora tem que esperar um guincho. O guincho está tendo dificuldade de acesso, porque as vias ainda estão bloqueadas”, disse durante a noite.A União Nacional dos Estudantes (UNE) criticou a postura dos policiais. "Não incentivamos qualquer tipo de depredação do patrimônio público. O que nos assusta e nos deixa perplexos é a polícia militar do governador Rollemberg jogar bombas de efeito moral, gás de pimenta, cavalaria e balas de borracha contra a estudantes, alguns menores de idade, que protestam pacificamente. Esse é o reflexo de um governo autoritário, ilegítimo e que não tem um mínimo de senso de diálogo."

Na avaliação do GDF, porém, a PM "agiu dentro dos padrões técnicos para o enfrentamento desse tipo de situação e procurou preservar o patrimônio e a segurança das pessoas". O porta-voz da Presidência da República, Alexandre Parola, fez um pronunciamento no Palácio do Planalto informando que o presidente Michel Temer "repudia" os atos de "vandalismo, destruição e violência".

Balanço das depredações
Ministério da Educação: pichado, com várias vidraças quebradas, as duas entradas destruídas, luminárias, lixeiras, orelhões e placas derrubadas e danificadas.

Ministério do Desenvolvimento, Ministério do Esporte, Controladoria Geral da União e Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade: pichado, com várias vidraças quebradas, luminárias, lixeiras, orelhões e placas derrubadas e danificadas.

Ministério da Cultura e Ministério do Meio Ambiente: pichado, com várias vidraças quebradas, luminárias, lixeiras, orelhões e placas derrubadas e danificadas, bem como a parada de ônibus em frente e o bicicletário destruídos.

Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome: pichado, com várias vidraças quebradas, luminárias, lixeiras, orelhões e placas derrubadas e danificadas.

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento: pichado, com várias vidraças quebradas, luminárias, lixeiras, orelhões e placas derrubadas e danificadas.

Ministério da Integração Social e Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação: pichado, com várias vidraças quebradas, luminárias, lixeiras, orelhões e placas derrubadas e danificadas.
Ministério das Comunicações e Ministério dos Transportes: pichado, com várias vidraças quebradas, luminárias, lixeiras, orelhões e placas derrubadas e danificadas.

Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços: paredes e calçadas dos fundos pichadas.

Ministério da Aeronáutica: paredes e calçadas dos fundos pichadas.

Avenida das Bandeiras: calçada pichada, todas as bandeiras arrancadas e alguns mastros danificados ou arrancados.

Biblioteca Nacional: pichada, várias placas de sinalização e orientação derrubadas e danificadas, assim como a parada de ônibus localizada em frente.

Catedral Metropolitana de Brasília: pichada, orelhões, placas de sinalização e orientação derrubados e danificados; no estacionamento, um contêiner virado, um carro incendiado e o bicicletário destruído.

Museu Nacional: pichado, placas de sinalização e orientação derrubadas e danificadas; no estacionamento um contêiner virado e um carro incendiado.

Fonte: g1-DF