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Samarco quer estender período de lay-off dos empregados.

No Lay-off, trabalhador têm contrato suspenso, recebe salário e faz cursos.

Em 06/04/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

A Samarco, cujos donos são a Vale a BHP, disse que está negociando com os sindicatos para estender até junho o lay-off, que é período quando os funcionários ficam com os contratos suspensos mas continuam recebendo os salários enquanto fazem cursos.

O período de lay-off no Espírito Santo se encerra em 25 de abril. A diretoria de projetos e ecoeficiência da Samarco disse, em Vitória, nesta terça-feira (5), que, para as atividades de Anchieta retornarem, é necessário que se normalizem as ações em Mariana.

Após uma reunião no dia 11 de janeiro, os empregados da mineradora aceitaram  a suspensão dos contratos por três meses, no sistema chamado lay-off.

Desde 25 de abril, 1.182 trabalhadores têm seus empregos mantidos enquanto fazem cursos de qualificação profissional. Segundo a empresa, os trabalhadores continuam recebendo o mesmo valor do salário líquido recebido antes.

Como a suspensão foi combinada por um período de três meses, ela terminaria no dia 25 de abril. Mas, nesta terça-feira (5), a Samarco comunicou o interesse em estender o prazo, já que a previsão é de que as operações da mineradora só sejam retomadas em outubro.

Retomada das atividades
Para a volta das atividades em Mariana, a mineradora ainda precisa de licenças que comprovem a segurança da população e da natureza.

"Nós temos dois embargos que precisam ser levantados e um licenciamento ambiental para ser buscado.Esse processo começou e está em andamento. Nesse momento estamos passando por uma vistoria técnica para ver qual foi a solução apresentada para o retorno das operações", explicou Maury.

Em relação à retomada das atividades no Espírito Santo, a barreira é o fornecimento do material, já que as usinas de pelotização de Anchieta operam com o minério vindo de Mariana.

"Se efetivamente tiver minério concentrado, moído, nas especificação químicas e físicas que consigam alimantar as usinas de pelotização, pode voltar a operar, uma vez que no Espírito Santo não há nenhum impedimento em tempo de licença e embargo. Tem que ter um fornecedor", disse.

Demissões
O diretor de projetos e ecoeficiência da Samarco, Maury de Souza Júnior, disse que é possível que ocorram demissões, de junho até outubro.

"A única forma de resolver a questão é voltando a operar. É inevitável que ações de desligamento de pessoas ocorram, porque se você não opera, você não gera caixa, você não tem dinheiro para pagar", disse.

Terceirizados
Em relação aos empregados terceirizados, o diretor disse que a Samarco fez o possível para mantê-los, mas teve que optar por desligamentos nessa área.

"Seguramos os terceirizados em licença remunerada, férias coletivas, quando ele voltaram alguns foram desligados, outros foram realocados para outros contratos, mas a gente não consegue segurar todos os terceirizados. Até onde a Samarco conseguiu segurar, ela manteve o pagamento de todos eles", falou.

Fonte: G1-ES