SAÚDE

Saúde investiga 3.670 casos suspeitos de microcefalia no país.

Ao todo, 4.783 casos suspeitos de microcefalia foram registrados até 30 de janeiro.

Em 04/02/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O Ministério da Saúde e os estados investigam 3.670 casos suspeitos de microcefalia em todo o país. Isso representa 76,7% dos casos notificados. O novo boletim divulgado nesta quarta-feira (2) aponta, também, que 404 casos já tiveram confirmação de microcefalia e/ou outras alterações do sistema nervoso central, sendo que 17 com relação ao vírus Zika. Outros 709 casos notificados já foram descartados. Ao todo, 4.783 casos suspeitos de microcefalia foram registrados até 30 de janeiro.

Os novos números demonstram aumento dos casos já classificados como confirmados e descartados nesta última semana, se comparado a semanas anteriores. O crescimento dos casos investigados e classificados foi de 52%, com relação ao boletim do dia 23 de janeiro. Eram 732 na semana anterior, passando para os atuais 1.113.

No total, foram notificados 76 óbitos por microcefalia e/ou alteração do sistema nervoso central após o parto (natimorto) ou durante a gestação (abortamento espontâneo). Destes, 15 foram investigados e confirmados para microcefalia e/ou alteração do sistema nervoso central, sendo que cinco tiveram identificação do vírus Zika no tecido fetal.  Outros 56 continuam em investigação e cinco já foram descartados.

Cabe esclarecer que o Ministério da Saúde está investigando todos os casos de microcefalia e outras alterações do sistema nervoso central, informados pelos estados e a possível relação com o vírus Zika e outras infecções congênitas. A microcefalia pode ter como causa diversos agentes infecciosos além do Zika, como Sífilis, Toxoplasmose, Outros Agentes Infecciosos, Rubéola, Citomegalovírus e Herpes Viral.

De acordo o informe, os 404 casos confirmados, desde o início das investigações no dia 22 de outubro do ano passado – foram registrados em 156 municípios de nove estados brasileiros: Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. A região Nordeste concentra 98% dos municípios com casos confirmados, sendo que Pernambuco continua com o maior número de municípios com casos confirmados (56), seguido dos estados do Rio Grande do Norte (31), Paraíba (24), Bahia (23), Alagoas (10), Piauí (6), Ceará (3), Rio de Janeiro (2) e Rio Grande do Sul (1).

Até o momento, estão com circulação autóctone do vírus Zika 22 unidades da federação. São elas: Goiás, Minas Gerais, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Roraima, Amazonas, Pará, Rondônia, Mato Grosso, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná.

ORIENTAÇÃO- O Ministério da Saúde orienta as gestantes adotarem medidas que possam reduzir a presença do mosquito Aedes aegypti, com a eliminação de criadouros, e proteger-se da exposição de mosquitos, como manter portas e janelas fechadas ou teladas, usar calça e camisa de manga comprida e utilizar repelentes permitidos para gestantes.

ZIKA – O Ministério da Saúde irá anunciar nas próximas semanas a notificação compulsória dos  casos identificados como infecção pelo vírus Zika no Brasil. Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) não contabiliza o número de casos de infecções pelo Zika.  Atualmente, o acompanhamento é feito pelo sistema de vigilância sentinela para monitorar a circulação do vírus e prestar apoio às medidas de prevenção à doença.

OMS – A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou ontem Emergência de Saúde Pública de importância internacional (ESPII) por vírus Zika e sua possível associação com a microcefalia e síndromes neurológicas. A decisão foi recomendada pelo Comitê de Emergência da OMS à presidente da organização, Margaret Chan, com base nas informações técnicas de entendimento do vírus Zika repassada pelo Brasil, França, Estados Unidos e El Salvador.

A emergência de saúde pública de importância internacional é um evento extraordinário que exige uma resposta coordenada. Este reconhecimento internacional deve facilitar a busca parcerias em todo o mundo, reunindo esforços de governos e especialistas para enfrentar a situação.

O Brasil tem sido um protagonista no manejo do aumento de casos de microcefalia. Quando decretou Situação de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional, sinalizamos à OMS da possiblidade de um evento de importância internacional e, desde então, colocamo-nos à disposição da organização para esclarecimentos e fornecimento de materiais técnicos.

Nas recomendações da OMS não há restrição de viagens ou comércio com países, regiões e/ou territórios com a transmissão do vírus Zika. Recomenda-se que as pessoas que venham a viajar para áreas com transmissão do vírus Zika tomem medidas adequadas para evitar picadas de mosquito. No Brasil, a recomendação do Ministério da Saúde é para que a população, principalmente mulheres grávidas e em idade fértil, tomem medidas simples que possam evitar o contato com o Aedes aegypti, como utilizar repelentes, proteger-se da exposição de mosquitos, manter portas e janelas fechadas ou teladas e usar calça e camisa de manga comprida.

Distribuição dos casos notificados de microcefalia por UF, até 30 de janeiro de 2016

Regiões e Unidades Federadas

Casos  de Microcefalia e/ou malformações, sugestivos de infecção congênita

Total acumulado de casos notificados de 2015 a 2016

Em investigação

Confirmados

Descartados

Brasil

3.670

404

709

4.783

Alagoas

104

15

66

185

Bahia

508

99

46

653

Ceará

234

7

10

251

Maranhão

132

0

16

148

Paraíba

460

37

253

750

Pernambuco

1.159

153

135

1.447

Piauí

66

27

10

103

Rio Grande do Norte

154

63

15

232

Sergipe

178

0

0

178

Região Nordeste

2.995

401

551

3.947

Espírito santo

52

0

0

52

Minas Gerais

21

0

37

58

Rio de Janeiro

196

2

10

208

São Paulo

101

0

25

126

Região Sudeste

370

2

72

444

Acre

20

0

0

20

Amapá

Sem registro

Sem registro

Sem registro

Sem registro

Amazonas

Sem registro

Sem registro

Sem registro

Sem registro

Pará

6

0

0

6

Rondônia

1

0

0

1

Roraima

7

0

0

7

Tocantins

84

0

17

101

Região Norte

118

0

17

135

Distrito Federal

3

0

12

15

Goiás

69

0

0

69

Mato grosso

111

0

46

157

Mato Grosso do Sul

3

0

1

4

Região Centro-Oeste

186

0

59

245

Paraná

1

0

9

10

Santa Catarina

0

0

1

1

Rio Grande do Sul

0

1

0

1

Região Sul

1

1

10

12

Fonte: Agência Saúde