MOTOR

Scooters batem recorde de venda em momento de baixa de motos

Segmento já vende mais que motos de alta cilindrada.

Em 24/11/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Enquanto as vendas de motos em geral registram quedas seguidas desde 2012, o segmento de scooters continua com força e já bateu o recorde histórico de comercializações em 2017.

Com mais de 48 mil unidades vendidas no ano, o nicho supera o número de 2014, que havia sido o melhor momento dos scooters até então. Naquele ano, o patamar foi de 42,5 mil unidades.

"A expectativa é que o setor de scooters feche 2017 com cerca de 50 mil unidades", aponta José Eduardo Gonçalves, diretor-executivo da Abraciclo.

Durante a crise do setor, apenas scooters e motos de alta cilindrada pareciam alheios aos baixos resultados. No entanto, as motos premium acima de 450 cc também estão caindo.

"Temos mais scooters vendidos do que motos de alta cilindrada. É o único nicho que está crescendo", diz José Eduardo Gonçalves, da Abraciclo.

Depois de chegar ao auge com 53,7 mil unidades em 2014, as motos de alta cilindrada também começaram a cair.

"Em 4 anos esse mercado (de alta cilindrada) caiu em 20 mil motos", aponta Waldyr Ferreira, gerente geral da Triumph no Brasil, uma das marcas mais importantes da alta cilindrada.

Mesmo que o crescimento dos scooters seja algo positivo em meio ao cenário de baixa nas vendas de motos, eles ainda representam uma pequena fatia de um setor que deve fechar o ano com cerca de 900 mil motos vendidas.

"O caráter mais familiar do scooter, com câmbio automático, e também o fator de mobilidade nas grandes cidades é o que tem atraído o público", explica José Eduardo Gonçalves, da Abraciclo.

Novidade no Salão

A Honda tem o produto líder de vendas entre os scooters no Brasil: o PCX. No entanto, a montadora ainda não havia investido em um modelo de alta cilindrada para o segmento no país. No Salão Duas Rodas 2017, que aconteceu neste mês, em São Paulo, a marca lançou o X ADV.

Custando R$ 52.500, o modelo tem motor de 55 cavalos, câmbio automatizado de dupla embreagem e uma proposta aventureira, muito diferente do diminuto PCX.

"Além de poder pegar terra, apostamos também no X ADV como uma opção para quem procura um scooter de alta cilindrada. As suspensões altas trazem mais conforto, mesmo na cidade", explica Alfredo Guedes, engenheiro do Honda.

Apesar de não ter nenhuma novidade específica para o segmento no salão, onde revelou a nova Fazer 250, a Yamaha vem de lançamentos bem sucedidos no segemento nos últimos anos. NMax e Neo conseguem, juntos, chegar próximos aos números do PCX.

Em outubro, foram vendidas 2.610 unidades do PCX no Brasil, enquanto o Neo chegou a 913 motos e o NMax a 818 unidades.

BMW pode entrar na briga

Outra marca que pode apostar nos scooters em breve é a BMW. Depois de lançar dois modelos de baixa cilindrada, a G 310 R e G 310 GS, o C 400 X surge como uma possibilidade para marca neste segmento.

"Tenho certeza que seria uma boa opção Brasil, mas ainda não está nos planos", afirma Federico Alvarez, diretor da BMW Motorrad.

(Foto: Rafael Miotto/G1)