NEGÓCIOS

Seca no Espírito Santo prejudica lavoura de cacau.

Produção caiu cerca de 30% em propriedades do Norte do estado.

Em 10/10/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

A seca prejudicou também a produção de cacau no município de Linhares, no norte do Espírito Santo. Os produtores que esperavam aumento na produção após controle da praga Vassoura de Bruxa, tiveram média de queda de 30%. A saca de cacau está entre R$ 650 e R$ 680.

A colheita principal do cacau começou, mas este ano, foi a estiagem prejudicou a produção. Em uma das propriedades de Linhares a previsão era colher duas mil sacas do cacau, mas o número caiu e o produtor espera colher apenas 800, ou seja, 70% a menos.

“A gente teve que diminuir a irrigação, o nível do rio baixou e por falta d’água a gente teve que diminuir o tempo de irrigar. A lavoura sempre sente. A gente só tem água hoje para manter a lavoura viva” contou o gerente da fazenda Oswaldo Cardoso.

Segundo a Comissão Executiva de Planejamento da Lavoura Cacaueira (Ceplac), órgão que trabalha com a cultura no país, dos 900 cacauicultores, 90% estão sofrendo com a seca. Neste ano, serão colhidas quatro mil toneladas, 1500 a menos comparado com o ano passado.

Esse ano realmente está sendo um ano difícil para a gente que além da falta de chuva, tivemos as altas temperaturas. Isso, para o cacau, é bastante prejudicial. A gente vai colher, mas não é como a gente gostaria. Do ano passado para cá, tivemos uma perda de mais de 30%” explicou Carlos Alberto Spaggiari, coordenador da Ceplac.

A produção de cacau em Linhares chegou ao topo na década de 1970, mas no início dos anos 2000, a doença vassoura de bruxa devastou quase 100% do cacau plantado no Espírito Santo. Em período de recuperação, os produtores lamentam as perdas com a estiagem.

“Já era para estar amadurecendo. O pouco que resta a gente acredita que comece a madurar daqui a 15, 20 dias. Uma quebra de uns 75% e mesmo assim tudo atrasado. A gente gasta tudo que tinha guardado para situações difíceis e é obrigado a fazer novos empréstimos. É tudo incerto. A gente não sabe se vai chover, se às represas vão encher de novo” lamentou o produtor rural Xerxes Caliman.

Fonte: g1-ES