ECONOMIA NACIONAL

Sem reforma no primeiro semestre, ânimo do mercado vai esfriar

E o mercado poderá questionar governo de Bolsonaro, diz presidente do Bradesco.

Em 18/03/2019 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Foto: Istoé Dinheiro/Divulgação

Em entrevista à Folha de S.Paulo, o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, ressaltou a necessidade da aprovação da reforma da Previdência para a manutenção do bom humor do mercado ao governo de Jair Bolsonaro e alertou que caso nada seja definido ainda no primeiro semestre, os investidores podem começar a questionar a capacidade do presidente.

“Em isso acontecendo, pode ter desdobramentos muito prejudiciais à Economia”, disse ele.

O banqueiro ainda minimizou as polêmicas acumuladas nos pouco mais de três meses de gestão de Bolsonaro, como a denúncia de desvios de dinheiro de campanha do PSL em nome de laranjas, a saída precoce do ex-ministro da Casa Civil, Gustavo Bebianno, e os tuítes do presidente.

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“Tudo é uma curva de aprendizado. As pessoas têm livre arbítrio para fazer o que precisam, mas a gente tem que saber as nossas necessidades. E ele, como presidente, vai ser orientado e terá postura de ter foco naquilo que a gente precisa fazer no país”.

Sobre a Previdência, Lazari foi enfático em afirmar a importância dela para a governabilidade do País e que, caso ela não saia até o fim dos primeiros seis meses de gestão, a expectativa de crescimento de 2,9% neste ano não se concretizará.

“Toda a recuperação que poderia ter, vamos escorregar para 2020. É um ano a menos para aproveitar as benesses que um crescimento maior pode fazer”, disse.

“O que o governo precisa fazer é focar absolutamente essa reforma, trabalhar com muito afinco e concentrar as forças para que ela possa andar rápido. O ideal é que a gente tivesse [a aprovação] no primeiro semestre. Se isso não acontecer o mercado pode começar a questionar o quanto o governo conseguirá implantar da reforma. Em isso acontecendo, pode ter desdobramentos muito prejudiciais à economia brasileira”.

Ele ainda comparou a gestão da máquina pública com a de uma empresa. Segundo o banqueiro, o presidente deve reduzir o foco em poucas questões e trabalhar em cima dessas prioridades.

“Se temos uma pauta prioritária, precisamos lutar por ela. E todo o governo, Paulo Guedes [ministro da Economia] e o próprio presidente Bolsonaro, [Sergio] Moro [Justiça], têm o foco para fazer com que a reforma saia”, afirmou.

Lazaria ainda comentou a expectativa de economia de R$ 1,1 trilhão em uma década exposta pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, caso a reforma seja aprovada de acordo com o texto encaminhado ao Congresso.

“A gente tem que lutar pelo projeto da forma como foi escrito. É lógico que talvez algumas concessões precisem ser feitas para atender os interesses da nação. Não interesses de grupos específicos, isso tem que deixar claro. E, lógico, proteger as pessoas que mais necessitam. Se tivermos que abrir mão de alguns valores por conta disso, vamos ter que encontrar outras fontes para supri-los”, afirmou.

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