ECONOMIA NACIONAL

Setor de serviços cai 0,8% em julho, a 1ª queda desde março

Queda ocorre após crescimento de 1,3% em junho e de 0,3% em maio.

Em 13/09/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O volume do setor de serviços do país caiu 0,8% em julho frente a junho na série com ajuste sazonal, informou nesta quarta-feira (13) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É a primeira queda desde março, quando o recuo foi de 2,3%. A queda vem após crescimento de 1,3% em junho, de 0,3% em maio e de 1,1% em abril.

De acordo com o analista da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, Roberto Saldanha, o setor de serviços vinha crescendo desde outubro do ano passado. O resultado de março interrompeu a trajetória de crescimento, que foi retomada em abril, mas voltou a cair em julho.

No acumulado de 12 meses, o volume do setor de serviços caiu 4,6%. Já de janeiro a julho, a queda é de 4%. Em relação a julho de 2016, o recuo é de 3,2%. Todos essas séries são sem ajuste sazonal.

Segmentos

O segmento de serviços prestados às famílias (hotéis, restaurantes, atividades esportivas e outros) foi o único a crescer (0,9%) em julho frente ao mês anterior.

“Julho foi o último mês para saque das contas inativas do FGTS, portanto, podemos considerar que a melhora na renda das famílias contribuiu para o aumento no consumo de serviços”, disse.

Saldanha destacou que o segmento de serviços profissionais, administrativos e complementares, que teve queda de 2%, foi o principal responsável pela queda total do setor.

Segundo o economista, “esta foi uma queda pontual”, mas ainda assim não há indícios de recuperação do setor de serviços no país.

“Para ocorrer essa recuperação tem-se que verificar um crescimento mais robusto da indústria. Só o setor industrial pode alavancar os serviços, além do setor público por meio de suas contratações – entenda como terceirização”, ressaltou Saldanha.

Já as atividades turísticas tiveram queda de 2,1% em relação a junho, e de 5% na comparação a julho de 2016. Apesar de julho ser um período de férias escolares, o que estimularia as viagens e as hospedagens no país, Saldanha ressaltou que “esse segmento está com um histórico predominantemente negativo, entre outros motivos, por causa da inflação no preço das passagens aéreas em julho”.

Receita

A receita nominal em julho, na série com ajuste sazonal, ficou praticamente estável (-0,1%). Na comparação com julho de 2016, a variação foi de 1,9%. A taxa acumulada no ano ficou em 1,7% e a dos 12 meses, em 0,7%.

Por regiões

Os resultados regionais do setor de serviços em relação a junho apresentaram alta em Rondônia (2%), Mato Grosso do Sul (0,8%), Amazonas (0,8%), Goiás (0,7%) e Rio Grande do Norte (0,7%). As retrações ocorreram em Mato Grosso (-7%), Espírito Santo (-6%) e Tocantins (-5,3%).

Na comparação com julho de 2016, Paraná (7,1%), Amazonas (5,6%) e Mato Grosso (5,3%) registraram alta, enquanto Roraima (-17,0%), Tocantins (-14,7%), Distrito Federal (14,7%) e Maranhão (-11,6%) tiveram queda.

(Foto: Reprodução)