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Sindicato diz que Jurong coagiu 40 funcionários dentro da empresa.

Trabalhadores se recusaram a assinar rescisão e foram impedidos de sair

Em 23/09/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Mais de 40 trabalhadores da Estaleiro Jurong Aracruz (EJA) foram demitidos por justa causa, mas se recusaram a assinar a rescisão, nesta quarta-feira (22), de acordo com o Sindicato Metalúrgicos do Espírito Santo (Sindimetal-ES). Um trabalhador contou que seguranças fizeram uma barricada para impedir a saída dos funcionários que se recusaram a assinar. A empresa negou as denúncias.

Os trabalhadores estão em um local anexo ao refeitório da empresa. Por volta de 18h, o trabalhador Alfredo Neto de Almeida Barbosa, um dos que foram demitidos, conversou com o G1 diretamente da Estaleiro Jurong.

"Nós ficamos coagidos, os policiais fizeram uma barricada aqui. Temos vídeo para comprovar essa afirmação. Houve um confronto, os policiais sacaram as armas. Ligamos para o sindicato, o sindicato orientou para não entrar em confronto", disse o trabalhador.

No momento, está acontecendo uma reunião para resolver a situação. "Esta tendo uma reunião para tentar resolver essa situação e o Ministério Público do Trabalho pediu para aguardarmos. São 40 pais de família coagidos, querendo voltar para casa", disse.

Demissão
Segundo o Sindimetal, os trabalhadores executavam tarefas rotineiras quando receberam um comunicado da empresa de que deveriam comparecer a uma sala de reuniões. Ao chegarem ao local indicado, foram surpreendidos pelo setor de Recursos Humanos.

O Sindicato disse que empresa já esperava que haveria recusa dos trabalhadores, por se tratar de demissão ilegal, motivada pela greve dos trabalhadores que aconteceu entre os dias 31 de agosto e 17 de setembro, em decorrência da campanha salarial.

Segundo os trabalhadores, além das 40 demissões ocorridas nesta terça-feira, a Jurong já adiantou que nos próximos dias irá demitir mais de 100 empregados.

Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Espírito Santo (Sindimetal-ES), Roberto Pereira, está claro que as demissões ocorreram em virtude da greve.

“É mais um jogo baixo da Jurong, por vingança aos companheiros que lutavam por melhorias na qualidade de trabalho. Não há outra justificativa para essas demissões, principalmente porque os trabalhadores dispensados foram exatamente os que estiveram mais à frente do movimento paredista”, declarou.

O Sindimetal-ES informou que já denunciou ao Ministério Público do Trabalho que a Jurong, além de impor a rescisão aos trabalhadores, sob coerção da polícia, também utiliza dos mesmos meios para manter os trabalhadores dentro da empresa, impossibilitando-os de sair enquanto não assinarem os documentos de rescisão.

O Sindicato também ajuizará uma ação indenizatória por perseguição ao exercício legal do direito de greve.

Os trabalhadores contaram sobre a presença de policiais à paisana no local, também impedindo a saída deles, mas de acordo com a Secretaria de Segunça Pública (Sesp), nenhum PM esteve presente no local. O Tribunal Regional do Trabalho (TRT-ES) disse que não foi informado sobre a situação.

Jurong
O Estaleiro Jurong Aracruz foi procurado pelo G1 e negou todas as denúncias feitas pelos funcionários. Explicou que eles foram demitidos após condutas inadequadas, que não foram especificadas. 

Informou ainda que nenhum funcionário foi mantido em cárcere privado e que foram eles que se recusaram a sair. Foram disponibilizados ônibus, mas os trabalhadores não quiseram utilizá-los. A empresa ainda explicou que essa situação não tem relação nenhuma com o movimento grevista.

Fonte: G1-ES